segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Notícias

Acho que, finalmente, finalmente, estou chegando na reta final. Ontem fiz a prova do Estado, então é menos uma coisa na minha cabeça, hoje entrego o trabalho final de Comunicação Visual e, se tudo der certo, resolvo o problema com Quadrinhos. (Torçam por mim!!!!)

Escultura eu já decidi o que vou fazer, e já pensei num modo de como fazer. Tudo o que preciso agora pra resolver Escultura é de um fim de semana. E, até o próximo, pretendo ter fechado Desenho também, porque falta pouco. Um carvão, dois nanquim, dois grafite e colocar meu nome em todos os desenhos... e tá pronto! Nem acredito que vou conseguir!

No estágio também tá indo tudo bem. Essa é a última semana dos alunos, e semana que vem é a última dos professores e licenciandos. Mas já consegui cumprir todas as horas e já até enviei o relatório de estágio. Falta agora ver como cada professora-regente vai lidar com Plano de Curso, porque os Planos de Unidade eu já fiz... enfim, agora é questão de fechar os horários, levar lá na DALPE, obter o tal protocolo e levar pra orientação de estágio assinar. E pra mim vai ter a sensação de uma verdadeira carta de alforria.

O trabalho piedosamente deu uma pausa nessas últimas semanas (uhuu!) e foi só por isso que consegui me desafogar. Mas espero que ele não demore muuuuito a voltar à ativa não, sabe, gente? Preciso de dinheiro! xD

Bom, agora vou indo porque tenho que ir pra aula (e tb porque ninguem lê post muito longo em blog =p), que eu já tô atrasadinha. Mais tarde de repente eu escrevo aqui alguma coisa a respeito das declarações de aprovação que to pedindo pros meus professores assinarem (pra apressar minha colação de grau), e dos preparativos pro casório! (Que tão tudo de lindo nessa vida!) *o*

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Sobre gaiolas e asas

“Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”.

Rubem Alves

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Um búlgaro em Pirenópolis

"Na minha terra..." ele dizia. "O povo, lá, na minha terra...", dizia um búlgaro em Pirenópolis. Uma vez encontrei um, leitor. Você já imaginou um búlgaro em Pirenópolis? Um real, falante, de carne e osso, dizendo: "Eu sou búlgaro, vim da Bulgária"? E tudo isso no sertão de Goiás? Vamos por partes. Você já imaginou Pirenópolis? É uma pequena cidade goiana do século XVIII, do "tempo do ouro" como diz a gente do lugar. Uma cidadezinha que já se chamou Meia Ponte e fica na beira do rio das Almas, um dos que mais ao norte formam o Tocantins. Do mesmo modo como Vila Boa de Goiás, os riachos da região deram ouro no passado, mas hoje a gente do lugar vive de arroz, milho, gado e algumas festas.

Pois foi numa. Voltemos ao começo do caso.

E um búlgaro lá? Pois um dia de junho eu estava em Pirenópolis, e na manhã do sábado da Festa do Divino Espírito Santo conheci um búlgaro. Isso foi no largo da terra vermelha, cercado de arquibancadas onde pouco depois haveria as "Cavalhadas de Pirenópolis". Um búlgaro real, leitor. Mais até, dois, um casal de viventes dessa espécie, ali, festivos, espantados. Uma gente que até então eu pensava que só vivia nos livros de História Universal.

O povo esperava o começo das correrias das "Cavalhadas de Cristãos e Mouros" e nós três falávamos sobre aquilo. Os três não, porque a mulher mal amarrava um arremedo do português e preferia ouvir os barulhos da festa: tiros de rojões, "rouqueiras" e bacamartes; gritos e chocalhos de cavalos a galope. "Viva o Espírito Santo!" gritavam ao longe. Ela via e ouvia. Mas, na manhã daquela que um dia foi o Arraial de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte, o homem búlgaro contou, na minha língua, coisas da sua terra com que eu quero começar a nossa conversa sobre o folclore, leitor.

Em quase mil anos de história os búlgaros tiveram poucos anos de uma verdadeira independência nacional. Eles foram seguidamente dominados por outros povos e, assim, uma boa parte da vida da Bulgária dividiu-se entre o domínio estrangeiro e a luta contra ele. As cidades e aldeias do país eram proibidas de usar sequer e colocar nas ruas os sons e as cores da Bulgária: hinos, bandeiras, a língua - os símbolos coletivos da afirmação ancestral de uma identidade de pátria, de povo. Então, quando foi perigoso hastear nos mastros os panos com as cores do país, rezar nos templos ortodoxos as suas crenças coletivas, ou enterrar os mortos com os seus cantos de tristeza, os búlgaros aprenderam a ler a sua memória nos pequenos sinais da vida cotidiana: costumes, objetos e símbolos populares.

Ele enumerava: velhas canções ditas à beira da mesa ou da fogueira; danças de aldeia em festas de casamento; brincadeiras típicas de crianças; ritos coletivos da religião popular; o jeito original de entalhar a madeira ou de pintar potes de barro; os mitos que o avô sabe e conta ao neto, os anônimos poemas épicos que narram de casa em casa as estórias dos heróis imaginários, quando era difícil contar na escola a história dos heróis verdadeiros; a sabedoria camponesa dos segredos de lidar com a terra; as flores bordadas nas blusas das mulheres; o rodado peculiar das saias; a faixa que os rapazes amarram na cintura; o jeito de prender na cabeça um lenço. Saias, lenços, canções e lendas. A "alma de um povo", como se diz às vezes, existia nas coisas mais simples, mais caseiras, mais antigas. Coisas da vida. Coisas do folclore?

Nos escondidos das cidades e aldeias uma vida coletiva e sua cultura existiam por toda parte, nos ritos ocultos e símbolos do povo do país. "Você sabe"... ele me dizia enquanto punha a mão no meu ombro, no gesto de amigos que a confidência tornou próximos vinte minutos depois de conhecidos, "isso tudo que você me disse que aqui é folclore, lá na minha terra foi o que tivemos para não perdermos a unidade da nação e também um sentimento de identidade que não podia ser destruído". Ele dizia: "Eu acho que durante muitos e muitos anos as nossas bandeiras eram as saias das mulheres do campo e os hinos eram as canções de ninar".

Seria também por isso, eu pensava, que países pequenos, mas tão culturalmente ricos e antigos como a Bulgária, a Romênia e a Polônia, possuem mais centros de pesquisa e produzem um volume muito maior do que o nosso de estudos e livros sobre "tradições populares"? O búlgaro que eu conheci em Pirenópolis continuou falando e me dizia que, quem sabe? Por isso, festas como aquela em Goiás tocavam fundo nele.

"As pessoas parece que estão se divertindo", dizia ele. "Mas elas fazem isso pra não esquecer quem são".

{Carlos Rodrigues Brandão ~ O que é Folclore?}

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Frase da semana

"Eu sei que devemos lidar com um problema de cada vez! A questão é que eles não chegam um de cada vez, né?"

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Músicas que surgem de madrugada

Ei! Al Capone
Vê se te emenda
Já sabem do teu furo, nego
No imposto de renda
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim desta maneira, nego
Chicago não aguenta...

Ei! Julio Cesar
Vê se não vai ao senado
Já sabem do teu plano
Para controlar o Estado
Ei! Lampião
Dá no pé, desapareça
Pois eles vão à feira
Exibir tua cabeça...

Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta
-Cuidado aê Al Capone!...

Ei! Al Capone
Vê se te emenda
Já sabem do teu furo
Meu nego!
No imposto de renda...
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta...

Ei! Jimi Hendrix
Abandona o palco agora
Faça como fez Sinatra
Compre um carro e vá embora
Ei! Jesus Cristo
O melhor que você faz
Deixar o Pai de lado
E foge prá morrer em paz...

Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta...

Eu sou astrólogo!
Eu sou astrólogo!
Vocês precisam acreditar em mim
Eu sou astrólogo!
Eu sou astrólogo!
E conheço História
Do princípio ao fim!...