domingo, 29 de novembro de 2009

Aguerridíssima

Sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta meu desejo
Tente me obrigar a fazer o que não quero
E cê vai logo ver o que acontece.
Acho que entendo o que você quis me dizer
Mas existem outras coisas.
Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade
Tudo está perdido mas existem possibilidades
Tínhamos a idéia, mas você mudou os planos
Tínhamos um plano, você mudou de idéia.
Já passou, já passou - quem sabe outro dia
Antes eu sonhava, agora já não durmo
Quando foi que competimos pela primeira vez?
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe
Não entendo terrorismo, falávamos de amizade
Não estou mais interessado no que sinto
Não acredito em nada além do que duvido
Você espera respostas que eu não tenho, mas
Não vou brigar por causa disso
Até penso duas vezes se você quiser ficar
Minha laranjeira verde, por que está tão prateada?
Foi da lua dessa noite, do sereno da madrugada?
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço
Enquanto o caos segue em frente
Com toda calma do mundo...

~x~

Odeio meu trabalho. Odeio que já seja domingo. Odeio essa sensação de tudo vai dar errado.

Quero dormir até ano que vem, pra não ter que encarar o fim do ano.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Processos


Não sou dessas pessoas que mudam de ideia alardeando minha decisão. Não sou de ameaçar, de ensaiar, de prevenir. Geralmente, quando eu mesma me dou conta da minha decisão, ela já foi tomada há algum tempo. Quando eu falo dela pra uma pessoa, já é fato consumado.

Faço isso com coisas pequenas tanto quanto com coisas grandes. Realmente minhas mudanças de ideia, minhas decisões, ocorrem de dentro para fora... e parece que emergem lentamente, como se aqui dentro minha alma fosse um meio aquoso, um oceano. As decisões sobem lentamente e, quando aparecem na superfície, já mudaram tudo aqui dentro. Quando aparecem na superfície, é porque já nem fazem mais parte de mim.

Isso explica porque às vezes eu simplesmente desapareço da vida de uma pessoa (a decisão de afastar-me dela surgiu tão antes que, quando reparei, já estava distante). Isso explica porque volto minhas costas a um projeto ou trabalho de uma forma que, à primeira vista, pareça até "repentina". É que o processo de desgostar do projeto ou do trabalho já veio tão de antes, e cresceu tão em silêncio que, quando eu vou embora, é porque já se consolidou a certeza de que meu lugar não é ali.

Meu lugar não é ali.

Quando vocês perceberem, eu já fui.