terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Hurting each other



Toda a minha vida
Eu poderia só amar você
Toda a sua vida
Você poderia só me amar
Me diga porque então,
Oh porque precisa ser que

Nós continuemos ferindo uns aos outros
Nós continuamos ferindo uns aos outros
Fazendo uns aos outros chorar
Ferindo uns aos outros
Sem nunca nem saber o porquê...

Não podemos parar de ferir uns aos outros?
Temos que parar de ferir uns aos outros
De fazer uns aos outros chorar
De partir o coração uns dos outros
De magoar uns aos outros.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Inscrição na Areia

O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!

Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?

O meu amor não tem
importância nenhuma.

Cecília Meireles

domingo, 29 de novembro de 2009

Aguerridíssima

Sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta meu desejo
Tente me obrigar a fazer o que não quero
E cê vai logo ver o que acontece.
Acho que entendo o que você quis me dizer
Mas existem outras coisas.
Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade
Tudo está perdido mas existem possibilidades
Tínhamos a idéia, mas você mudou os planos
Tínhamos um plano, você mudou de idéia.
Já passou, já passou - quem sabe outro dia
Antes eu sonhava, agora já não durmo
Quando foi que competimos pela primeira vez?
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe
Não entendo terrorismo, falávamos de amizade
Não estou mais interessado no que sinto
Não acredito em nada além do que duvido
Você espera respostas que eu não tenho, mas
Não vou brigar por causa disso
Até penso duas vezes se você quiser ficar
Minha laranjeira verde, por que está tão prateada?
Foi da lua dessa noite, do sereno da madrugada?
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço
Enquanto o caos segue em frente
Com toda calma do mundo...

~x~

Odeio meu trabalho. Odeio que já seja domingo. Odeio essa sensação de tudo vai dar errado.

Quero dormir até ano que vem, pra não ter que encarar o fim do ano.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Processos


Não sou dessas pessoas que mudam de ideia alardeando minha decisão. Não sou de ameaçar, de ensaiar, de prevenir. Geralmente, quando eu mesma me dou conta da minha decisão, ela já foi tomada há algum tempo. Quando eu falo dela pra uma pessoa, já é fato consumado.

Faço isso com coisas pequenas tanto quanto com coisas grandes. Realmente minhas mudanças de ideia, minhas decisões, ocorrem de dentro para fora... e parece que emergem lentamente, como se aqui dentro minha alma fosse um meio aquoso, um oceano. As decisões sobem lentamente e, quando aparecem na superfície, já mudaram tudo aqui dentro. Quando aparecem na superfície, é porque já nem fazem mais parte de mim.

Isso explica porque às vezes eu simplesmente desapareço da vida de uma pessoa (a decisão de afastar-me dela surgiu tão antes que, quando reparei, já estava distante). Isso explica porque volto minhas costas a um projeto ou trabalho de uma forma que, à primeira vista, pareça até "repentina". É que o processo de desgostar do projeto ou do trabalho já veio tão de antes, e cresceu tão em silêncio que, quando eu vou embora, é porque já se consolidou a certeza de que meu lugar não é ali.

Meu lugar não é ali.

Quando vocês perceberem, eu já fui.

sábado, 31 de outubro de 2009

Receita da beleza

por Audrey Hepburn:

"For beautiful eyes, look for the good in others; for beautiful lips, speak only words of kindness; and for poise, walk with the knowledge that you are never alone.”

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Abandoned.


Aqui vou eu novamente
Eu prometi a mim mesma que não pensaria em você hoje
Passaram-se sete meses (e contando)
Você seguiu adiante
Eu ainda me sinto exatamente do mesmo jeito
É só que todo lugar onde vou
Todos os prédios sabem seu nome
Como fotografias e memórias de amor
Lembretes de aço e granito
A cidade chama o seu nome
E eu não consigo seguir em frente.

Desde que você se foi
As luzes se apagam do mesmo jeito
A única diferença é
Que você chama outro nome
Pro seu amor
Pro seu amor agora
Para o amor depois de mim.

Eu estou completamente só no universo?
Não há nenhum amor nessas ruas
E eu dei o meu amor para um mundo
Que não o queria de qualquer jeito
Então essa é minha nova liberdade
É engraçado
Eu não me lembro de estar acorrentada
Mas nada mais parece fazer sentido
Sem você eu estou sempre vinte minutos atrasada.

E o tempo passa tão devagar
As noites são frias e solitárias
Eu não deveria estar esperando
Mas ainda estou esperando por você

Aqui vou eu novamente
Eu prometi a mim mesma que não pensaria em você hoje
Mas eu estou parada na soleira da sua porta
Chamando o seu nome
Porque não consigo seguir em frente.

(The Lover After Me, Savage Garden ~ tradução livre)


~x~

Eu penso em você o tempo todo
Mas não preciso que você faça o mesmo
É solitário onde você está, volte para cá
E eu não vou dizer o seu nome para eles.

~x~

Same shit, different day.

domingo, 18 de outubro de 2009

Putz

Será que alguém consegue me explicar como foi que domingo à noite chegou tão de repente???

sábado, 17 de outubro de 2009

Mais do mesmo

Cicatrizes são suvenires que você nunca perde
O passado nunca está longe
Você se perdeu em algum lugar lá fora?
Você conseguiu se tornar uma estrela?
E não te deixa triste saber que a vida
É maior do que nós somos?

Você cresceu rápido demais
E agora não há nada para acreditar
E nossa história se tornou apenas reprises
Uma canção cansada continua tocando num rádio cansado
E eu não vou dizer o seu nome para ninguém
E eu não vou dizer o seu nome para eles

Eu penso em você o tempo todo
Mas não preciso que você faça o mesmo
É solitário onde você está, volte para cá
E eu não vou dizer o seu nome para eles.

Queria voltar a pensar em você

e sorrir...

domingo, 11 de outubro de 2009

Rá!

Época de avaliação dos meus 200 aluninhos... (pouquinhos)

Época de atualização dos meus 13 diários escolares... (mole-mole)

Época de muito tempo livre nessa vida, neah? /ironia & sarcasmo

Mas não tem problema não! Consigo inventar mais trabalho pros momentos de tédio u.u

*olha pra cozinha e pra área de serviço, que acabam de ser lavadas*

*aproveita esse momento de bóbi no pc pra tomar coragem pra lavar banheiro e passar roupa*

*aperta a Henri* (nadavê, mas... saudade O.O)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Quem sou eu

Faz tempo que no meu orkut tem escrito aquela frase da Clarice que eu amo: "não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. eu não: quero é uma verdade inventada.".... bem assim, em minúsculas mesmo, porque tenho fases em que viajo na maionese, achando letras capituladas uma coisa presunçosa e confusa. Tenho fases em que desenvolvo uma louca aversão por tudo o que pode soar um pouco arrogante, e fico irritadíssima com o fato de que o Homem, quando falamos da Humanidade, é escrito em letras capituladas. E por que, exatamente, capitulamos nomes de pessoas e lugares? Por que não capitulamos ao falar de animais ou árvores? Podíamos dizer "a Goiabeira deu frutos hoje", ou escrever numa carta "hoje apareceu o Gato faminto". Afinal, ao que me consta, a Goiabeira pode estar representando toda a Goiabeiridade, e o Gato, toda a Gatidade.

Divagações à parte, hoje estive relendo meu about no orkut. Esse papo de "meu about" é tipo falar "scraps" ao invés de recados né, coisa de quem teve o orkut na época em que ele só existia em inglês. E rodava a manivela. Mas enfim. Retornando. Eu fiquei lendo a frase da Clarice, matutando o quanto essa frase fala tanto de mim, ao mesmo tempo em que não diz nada. Não diz nada porque frequentemente axiomas são apenas isso: frases emblemáticas, cujo significado evapora depois que você lê as primeiras quinze vezes. E também, porque por mais que (como diz a comunidade no orkut) "Clarice Lispector me entenderia", ainda é a frase de outra pessoa. Não é uma coisa assim particular, entende? Original. Advinda da alma.

Maaas existe como argumento de defesa à frase da Clarice o seguinte fato: só o fato de eu ter escolhido um axioma ao invés de me expor já fala muito sobre minha pessoa. E depois, vem a natureza da frase, que não foi escolhida ao acaso, certamente. Assim como não foram escolhidas ao acaso as trocentas frases, músicas e poemas com que venho atulhando esse blog desde sua concepção. A frase diz: não quero ser limitada! Não quero me enquadrar! Não quero me acomodar! Não quero me adaptar! Quero inventar meu próprio mundo, quero ver o mundo com a minha imaginação. E putz, como isso é verdade! É verdade lá no fundo, dentro do meu coração em forma de concha, por mais que, por fora, eu esteja sempre me adaptando, me enquadrando, me limitando. Lá dentro, eu estou completamente rebelada. A minha verdade é a minha verdade, e eu acredito nela mesmo que todo mundo em volta a despreze. E me acomodar, seja por dentro ou por fora, é coisa que ainda não fiz, e não pretendo fazer jamais.

Mas indo logo ao ponto (me sinto especialmente digressiva hoje), achei bonito porque a máxima da Clarice respondia a presunçosa questão do orkut (quem sou eu) com uma irônica perfeição: "quem" limita, e o "ser" é ilimitado. E o "eu", por mais que discordem, também não tem limites.

É quase como se eu respondesse à questão "quem sou eu" com um belo e bem dado foda-se. Não é da sua conta. E está além do meu perfil do orkut.

Por isso, apesar de eu ter pensado num about de minha autoria pra colocar ali do lado do "quem sou eu", a bela literatura da minha querida Clarice permanecerá.


... Mas naturalmente nada me impede de colá-lo pra vocês:

quem sou eu: não sou alta nem baixa, calma nem agressiva, boa nem má. Às vezes sou capaz de atitudes grandiosas, mas já fiz coisas desprezíveis também. Todos os dias me confundo comigo mesma, porque cada dia quero uma coisa, cada dia sinto uma coisa. Geralmente penso e sinto mal sobre mim mesma, temendo sempre o julgamento alheio, por mais que paradoxalmente eu permaneça teimosamente aferrada a determinadas crenças internas.

Sou oscilante com comidas, bebidas, interesses, passatempos. Só não fui oscilante até hoje com o que sou capaz de sentir pelas pessoas: amizade e amor. Nesses assuntos me mantenho firme, porque sei que se solto essa corda, tudo em que acredito desmorona. Mas a verdade é que quase todas as outras cordas eu já soltei, ou já considerei soltar. Sinto até, por dentro, uma bizarra satisfação em mudar de opinião.

No fundo, a verdade é que vivo duas vidas e sou duas pessoas, que só o amor que sinto é capaz de, às vezes, unir e padronizar. Duas pessoas que às vezes parecem tão distantes uma da outra quanto luz e escuridão. Elas não chegam a ter características definidas e no fundo oscilam tanto quanto eu, as duas, mas eu até que tento organizá-las e separá-las, pegando-as e colocando-as em seus devidos lugares: A do lado de fora, que talvez você conheça. E a do lado de dentro, que eu mesma nunca vou conhecer.



Ah sim, mais um argumento em favor do axioma da Clarice: do jeito que escrevi isso, ninguém ia ler. Ninguém lê about longo demais.

Prece de Cáritas

Deus, nosso Pai, que sois todo poder e bondade,
Dai a força àquele que passa pela provação;
Dai a luz àquele que procura a Verdade,
Ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus, dai ao viajor a estrela guia;
Ao aflito a consolação;
Ao doente o repouso.
Pai, dai ao culpado o arrependimento,
Ao espírito a verdade,
À criança o guia,
Ao órfão o pai.

Senhor, que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes.
Piedade Senhor, para aqueles que não vos conhecem,
Esperança para aqueles que sofrem.
Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores
Derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé.
Deus, um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a terra.
Deixa-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita
E todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão.

Um só coração, um só pensamento subirá até vós
Como um grito de reconhecimento e de amor.
Como Moisés sobre a montanha,
Nós vos esperamos com os braços abertos.
Oh, Bondade... oh, Beleza... oh, Perfeição!
E queremos de alguma sorte alcançar a Vossa misericórdia.

Deus, dai-nos a força de ajudar o progresso
A fim de subirmos até Vós.
Dai-nos a caridade pura, Pai;
Dai-nos a fé e a razão;
Dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas
O espelho onde se refletirá
A vossa Divina Imagem.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Mensagem para Dedé

'Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos como
o vento devasta o jardim.

Pois, da mesma forma que o amor vos coroa, assim
ele vos crucifica. E da mesma forma que contribui para
vosso crescimento, trabalha para vossa poda.
E da mesma forma que alcança vossa altura e acaricia
vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes e as sacode no
seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
no pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós para que
conheçais os segredos de vossos corações e, com esse
conhecimento, vos convertais no pão místico do banquete divino.

Todavia, se no vosso temor, procurardes somente a
paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
e abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações, onde rireis, mas
não todos os vossos risos, e chorareis, mas não todas as
vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio e nada recebe
senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.

Pois o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga: 'Deus está no
meu coração', mas que diga antes: 'Eu estou no coração de Deus.'
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor
pois o amor, se vos achar dignos, determinará ele próprio
o vosso curso.
O amor não tem outro desejo senão o de atingir
a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos, sejam
estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado e agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia e meditardes sobre o
êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o
bem-amado, e nos lábios uma canção de bem-aventurança.'

Khalil Gibran

sábado, 12 de setembro de 2009

Acho que tenho sim i.i



Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra? Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.

Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.

Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo construído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.

Um amigo não racha apenas a gasolina.
Racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.

Um amigo não empresta apenas a prancha.
Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.

Um amigo não recomenda apenas um disco.
Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.

Um amigo não dá carona apenas pra festa.
Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.

Um amigo não passa apenas cola.
Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon.

Um amigo não caminha apenas no shopping.
Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.

Um amigo não segura a barra, apenas.
Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém!


Martha Medeiros

Mais do mesmo

Aproveito para adotar uma nova filosofia em termos de amizade (já que a atual filosofia definitivamente não tem dado certo):

De hoje em diante vou modificar
O meu modo de vida
Naquele instante que você partiu
Destruiu nosso amor
Agora não vou mais chorar
Cansei de esperar, de esperar enfim
E pra começar eu só vou gostar
De quem gosta de mim

Não quero com isso dizer que o amor
Não é bom sentimento
A vida é tão bela quando a gente ama
Tem um amor
Por isso é que eu vou mudar
Não quero ficar
Chorando até o fim
E pra não chorar
Eu só vou gostar de quem gosta de mim
Só vou gostar de quem gosta de mim
Só vou gostar de quem gosta de mim.

Sem resistir, acabo respondendo.

"Morder a mão que o acaricia", "cuspir no prato em que comeu", "Escarrar na boca que te beija"... não importa o ditado ou a máxima que vai-se usar para descrever a situação... verdade nua e crua, é por aí.

Mas imagino estar certa em crer que, em nome de um amor passado que (supõe-se) existiu, não teria sido melhor uma conversa franca em particular a uma grosseria em público? Especialmente porque, nesse caso em específico, tenho a consciência de que fiz até onde me foi possível fazer para corresponder ao que, na época, pensei que era amor. Infelizmente, todos temos defeitos e limitações e chegamos somente até onde nossos pés são capazes de nos levar (e até onde nossos corações são capazes de suportar, e nossos vícios, de nos libertarem).

Sabe, eu jamais me iludo em pensar que um dia posso ser perfeita. Sou um verdadeiro poço de defeitos, e qualquer pessoa que começar a conviver comigo um pouquinho mais vai logo conhecê-los e listá-los com facilidade. Vivo tentando superá-los, porque não me orgulho deles, e existem certas épocas em que eu me sinto na fossa por não conseguir. Mas acho que, no fundo, ser gente é isso: errar, acertar, consertar, e seguir em frente, em eterna tentativa de superação. Mas não vou pedir desculpas pelos meus defeitos, porque sei que quem me amar de verdade vai aceitá-los como parte do pacote e vai certamente tentar não me humilhar por causa deles - tentando, pelo contrário, me ajudar nessa luta pela evolução.

E não vou pedir desculpas pelos meus defeitos principalmente porque tenho consciência de que (não importando quantos são ou quão grandes) exerço todos os dias e de todo coração o que considero minha maior qualidade: minha passionalidade, minha paixão, minha sinceridade e minha entrega às pessoas que amo. Sinceramente, neste caso em específico, diante do tanto de mim que entreguei, tanto amor e tanto carinho e por tanto tempo, sinto que merecia pelo menos um pouquinho mais consideração. Mas é como diria aquele outro axioma - este, inglês: "No good deed goes unpunished".

Despeço-me deste assunto definitivamente (em todos os sentidos) com as palavras do mestre Chico Buarque:

"Se eu só lhe fizesse o bem
Talvez fosse um vício a mais
Você me teria desprezo por fim
Porém não fui tão imprudente
E agora não há francamente
Motivo pra você me injuriar assim

Dinheiro não lhe emprestei
Favores nunca lhe fiz
Não alimentei o seu gênio ruim
Você nada está me devendo
Por isso, meu bem, não entendo
Porque anda agora falando de mim"

Ora, ora. Será que a sábia letra dessa música é capaz de elucidar onde exatamente foi que eu errei? Começo a pensar que sim.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Declaração de amor



You're a part time lover and a full time friend
The monkey on your back is the latest trend
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

I kiss you on the brain in the shadow of a train
I kiss you all starry eyed, my body's swinging from side to side
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Here is the church and here is the steeple
We sure are cute for two ugly people
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

The pebbles forgive me, the trees forgive me
So why can't, you forgive me?
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

I will find my nitch in your car
With my MP3, DVD, rumple-packed guitar
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu du

Up up down down left right left right B A start
Just because we use cheats doesn't mean we're not smart
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

You are always trying to keep it real
I'm in love with how you feel
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

We both have shiny happy fits of rage
You want more fans, I want more stage
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Don Quixote was a steel driving man
My name is Adam I'm your biggest fan
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Squinched up your face and did a dance
You shook a little turd out of the bottom of your pants
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu du
But you...


---

Para o único que me atura 100% do tempo, e sempre está lá para mim.
Para aquele que me aceita mesmo quando não entende.
Para o amor da minha vida. ^_^

terça-feira, 8 de setembro de 2009

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sendo justa


Existem pessoas que eu amo muito. Eu daria a vida por elas. Mas a verdade é que, nesses dias que correm, não consigo encará-las, a não ser em diálogos imaginários.

Sabe o que é? Eu ando... simplesmente... sem conseguir falar direito com as pessoas. Por isso meu msn vive fechado. Por isso voltei a jogar The Sims. Por isso só respondi no forum como Administração, para falar dos assuntos que precisavam ser falados.

Eu tô com uma grande necessidade de me voltar para dentro, me esconder, sumir, deixar de existir.

E, ao mesmo tempo, não estou mais aguentando a minha própria companhia.

E, ao mesmo tempo, às vezes sinto que vou morrer de solidão e silêncio.

Precisava voltar a falar (de verdade, não em diálogos imaginários) com as pessoas que eu amo e que me entendem. Mas ao mesmo tempo não consigo me forçar a fazer isso. Não consigo abrir o msn. Não consigo pegar o telefone. Não consigo sair e visitá-las. Não consigo procurá-las de verdade.

"Too afraid to drop my name for fear of decline", talvez.

Diálogo imaginário

Eu virei para aquele que eu imaginava meu amigo e reclamei: você está sempre preocupado porque não tem alguém para amar romanticamente! Você coloca todos os seus esforços em encontrar uma pessoa para amar! Enquanto isso, você tem alguém que te ama muito aqui - eu! - para quem você não dispensa um único pensamento, nem nunca procura estar por perto. Sei que meu amor por você não é romântico, mas quem disse que em qualquer momento da vida um namorado vale mais do que um amigo?

E, diante da minha reclamação imaginária, o amigo da minha imaginação respondeu: acontece que eu dou muito valor à amizade e tenho alguns amigos nos quais penso o tempo todo, e valorizo. Para esses amigos eu sempre estou por perto, e os procuro todos os dias. Para mim os amigos são tão importantes quanto um namorado. O que acontece é que você não faz parte do grupo.

Viram? Viram? Até minha imaginação caga e anda pra mim. (y)

Nostálgica

Outro ponto decisivo,
Uma bifurcação na estrada
O tempo te agarra pelo pulso,
te dirige para onde deve ir
Então faça o melhor deste teste
e não pergunte por quê.
Não é uma pergunta,
mas uma lição aprendida com o tempo.

É algo imprevisível,
mas no final dá certo
Eu espero que você tenha vivido
a melhor época da sua vida

Então pegue as fotografias
E as cenas em sua mente
Pendure-as em uma prateleira
De boa saúde e bons tempos
Tatuagens e memórias,
e pele morta em julgamento.
No que importa,
valeu a pena do começo ao fim.

É algo imprevisível,
mas no final dá certo
Eu espero que você tenha vivido
a melhor época da sua vida

É algo imprevisível,
mas no final dá certo
Eu espero que nós tenhamos vivido
a melhor época das nossas vidas.

---

Hoje falei com a Kinha pelo telefone. A voz dela tinha gosto de estrogonofe com batata frita do prédio da Reitoria.

domingo, 6 de setembro de 2009

Pensamentos sobre o conformismo

Eu estive pensando e cheguei à seguinte conclusão:

Eu prefiro ser sonhadora do que ser realista. É que os sonhadores, a meu ver, realmente acreditam que podem fazer algo para mudar as coisas, podem fazer a diferença. Os realistas geralmente estão muito convencidos de que as coisas são como são e que não há nada que possamos fazer para mudá-las...

E aí, pergunto eu, qual desses dois camaradas tem mais chances de fazer alguma coisa para curar esse nosso mundo doente?

O sonhador, óbvio.

Daí a necessidade de escolher um lado. E eu escolhi o meu (y)

"E você estava esperando voar,
Mas como chegar até às nuvens com os pés no chão?"

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Eu, hoje.

Parece cocaína
Mas é só tristeza
Talvez tua cidade
Muitos temores nascem
Do cansaço e da solidão
Descompasso, desperdício
Herdeiros são agora
Da virtude que perdemos...

Há tempos tive um sonho
Não me lembro, não me lembro...

Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso...

Os sonhos vêm e os sonhos vão
E o resto é imperfeito...

Dissestes que se tua voz
Tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira...

E há tempos
Nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
E há tempos são os jovens
Que adoecem
E há tempos
O encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
Só o acaso estende os braços
A quem procura
Abrigo e proteção...

Meu amor!
Disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem (Ela disse)
Lá em casa tem um poço
Mas a água é muito limpa...

Por interesse

“Nada que não possua um objetivo a atingir, um resultado a conquistar, um enigma a resolver, um mistério a penetrar, me interessa.”
{Pablo Picasso}

domingo, 16 de agosto de 2009

Continuando aquele velho raciocínio de sempre:

Será que sou eu que espero demais (e devia aprender a não esperar nada),
Ou será que é você que me decepciona demais (e devia ser melhor comigo)?


Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?
Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?


Categoria: perguntas sem resposta.

domingo, 9 de agosto de 2009

As coisas mudaram desde

a última vez em que estive aqui.

Eu continuo emotiva e chorona, corajosa e determinada, louca e desvairada, apaixonada e amorosa, teimosa e pentelha, criativa e cheia de imaginação, falante e chata. Continuo alegre. Continuo amando gente. Continuo triste. Continuo com a solidão interna. Continuo essa contradição ambulante, cheia de extremos, que berra sim e grita não, murmurando às vezes um talvez, quem sabe.

A única diferença é que agora eu lavo minha própria roupa e meu próprio banheiro. É que eu já não fico mais sentada com um grupo de amigos vendo o tempo passar e o sol se pôr (que pena!). É que às vezes, de noite, a saudade que eu sinto é da mamãe, do papai e da vovó. É que de repente eu me pego pensando em contas e em supermercado, e tomo umas decisões que me convencem que eu cresci, cresci sim. Estou grande. Entrei pro clube. Virei adulta.

Aí bate aquela vontade de voltar um pouquinho só, só um pouquinho... voltar pro colo da mamãe, pro círculo dos amigos. Voltar pra sala da faculdade, voltar pros trabalhos de virar a noite fazendo. Voltar praquela época em que se eu queria mesmo mesmo dormir a manhã toda e matar aula, eu até que podia, se fosse com moderação. Voltar pra quando eu sonhava tanto com minha casa, meu casamento, ter minhas coisas e minha vida... o que, como é? Eu quero voltar pra poder sonhar com o que eu tenho agora? Ééé, não disse que ainda sou louca desvairada? Tá lá, ó, na segunda frase do post.

Não é que o agora é ruim, pelo contrário! Nem que antes era uma maravilha. Não é isso. É complicado.

Por um lado, claro, é que eu queria tudo, gente. Queria todas as qualidades do ontem e do hoje. Tudo condensado no mesmo momento maravilhoso. Queria ter marido E papai e mamãe pertinho. Queria ter minha vida E alguém que lave minhas roupas! rs Um daqueles casos de ganância extrema, sabe?

Por outro lado... é que eu to vivendo o sonho que eu sonhei por uns cinco anos seguidos, né gente? Eu sonhei esse tempo todo, desejei, planejei, e aqui está! Aqui estou! E é bem como eu queria. Só que...

Só que...

Só que... e agora, gente? Eu sonho com o que?

sábado, 8 de agosto de 2009

No Frontiers



Se a vida é um rio e seu coração é um barco
E exatamente como a água, baby baby, nascida para flutuar
E se a vida é um vento selvagem que sopra no alto
E seu coração é Amelia, ansiosa para voar

O Paraíso não conhece fronteiras
E eu vi o Paraíso em seus olhos.

E se a vida é a sala de um bar no qual devemos esperar
Perto do homem cujos dedos estão no portão de marfim
Onde nós cantamos até o amanhecer dos nossos medos e dos nossos destinos
E nós empilhamos todos os mortos em suas próprias sepulturas

Em seu olhar, frágil como o canto de uma cotovia
Que de alguma forma esta noite escura
Sente-se aquecida pela fagulha
Aquecida pela fagulha
Segurando-nos até o dia
Em que o medo perca o seu poder
E o Paraíso encontre o caminho...

O Paraíso não conhece fronteiras
E eu vi o Paraíso em seus olhos.

Se a sua vida é uma cama áspera, de espinhos e de pregos
E seu espírito é escravo dos chicotes do homem e das gaiolas do homem
Onde você tem sede e fome do que é justo e correto
E seu coração é a pura chama da constante noite do homem.

Em seu olhar, frágil como o canto de uma cotovia
Que de alguma forma esta noite escura
Sente-se aquecida pela fagulha
Aquecida pela fagulha
Segurando-nos até o dia
Em que o medo perca o seu poder
E o Paraíso encontre o caminho,
E o Paraíso encontre o caminho...
Quando todos nós nos harmonizemos
E conheçamos o que está em nossos corações
O sonho vai se realizar

O Paraíso não conhece fronteiras
E eu vi o Paraíso em seus olhos.

O Paraíso não conhece fronteiras
E eu vi o Paraíso em seus olhos.

Magia

"Eu normalmente penso que eu poderia acreditar em mágica, pois eu tenho visto ou imaginado, em homens e mulheres, em casas, em objetos, em quase todos as visões e sons, um certo mal, uma certa feiura, que vem com a morte lenta através dos séculos de uma qualidade da mente que faz essa crença e suas evidências comuns pelo mundo."

— William Butler Yeats, “Magic”

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Abraçador de árvores



A flor disse, "eu queria ser uma árvore"
A árvore disse, "Eu queria poder ser
Um tipo diferente de árvore",
O gato queria ser uma abelha,
A tartaruga queria poder voar
Bem alto no céu,
Por cima dos telhados e então mergulhar
Bem fundo no mar.

E no mar há um peixe
Um peixe que tem um desejo secreto
Ele queria ser um cactus bem grande
Com uma flor cor-de-rosa.

E a flor
Seria sua oferta
De amor pelo deserto
E o deserto,
Tão seco e solitário,
Que todas as criaturas
Apreciariam o esforço.

E a baleia disse:
"Eu queria ser um iéti
Para voar à noite
e eu voaria para bem longe daqui."
Mas o iéti disse:
"Eu queria ser um monstro marinho
Para poder pular no mar
Com todos os tubarões."

E a cobra do deserto disse,
"Eu queria ter mãos para
Poder te abraçar como um homem."
E então o cactus disse,
"Você não entende,
Minha pele é coberta com espinhos afiados
Que te apunhalariam como mil facas.
Um abraço seria bom,
Mas abrace minha flor com os seus olhos."

Tree Hugger



The flower said, "I wish I was a tree,"
The tree said, "I wish I could be
A different kind of tree,
The cat wished that it was a bee,
The turtle wished that it could fly
Really high into the sky,
Over rooftops and then dive
Deep into the sea.

And in the sea there is a fish,
A fish that has a secret wish,
A wish to be a big cactus
With a pink flower on it.
And in the sea there is a fish,
A fish that has a secret wish,
A wish to be a big cactus
With a pink flower on it.

And the flower
Would be its offering
Of love to the desert.
And the desert,
So dry and lonely,
That the creatures all
Appreciate the effort.

Et le chacalot a dit:
"Je voudrais être un yéti
Pour voler dans la nuit
Et m'envoler loin d'ici"
Mais le yéti a dit:
"Je veux être un monstre marin
Pour pouvoir sauter dans la mer
De tous les requins"

And the rattlesnake said,
"I wish I had hands so
I could hug you like a man."
And then the cactus said,
"Don't you understand,
My skin is covered with sharp spikes
That'll stab you like a thousand knives.
A hug would be nice,
But hug my flower with your eyes."

The flower said, "I wish I was a tree,"
The tree said, "I wish I could be
A different kind of tree,
The cat wished that it was a bee,
The turtle wished that it could fly
Really high into the sky,
Over rooftops and then dive
Deep into the sea.

And in the sea there is a fish,
A fish that has a secret wish,
A wish to be a big cactus
With a pink flower on it.
And in the sea there is a fish,
A fish that has a secret wish,
A wish to be a big cactus
With a pink flower on it.

And the flower
Would be its offering
Of love to the desert.
And the desert,
So dry and lonely,
That the creatures all
Appreciate the effort.

{Antzy Pants ~ Tree Hugger}

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Mona & David



"Aqui eu te amo.
Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento.
Fosforece a lua sobre as águas errantes.
Andam dias iguais a perseguir-se.

Descinge-se a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata se desprende do ocaso.
As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas.

Ou a cruz negra de um barco.
Só.
As vezes amanheço, e minha alma está úmida.
Soa, ressoa o mar distante.
Isto é um porto.
Aqui eu te amo.

Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes,
que correm pelo mar rumo a onde não chegam.

Já me creio esquecido como estas velha âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta..
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.

Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos.
Mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho.

Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo, os pinheiros no vento,
querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre."

.

Dá uma saudade... ^^

Noção de tempo

Tanto com a faculdade, quanto com meus freelas, eu sempre dependi muito de prazos e cronogramas. Sempre foi muito significativo o calendário e as datas de entrega. Sabendo disso, é um espanto o modo como eu sou péssima ao lidar com o tempo. Quer dizer, eu sou muito boa em montar cronogramas a curto prazo, do tamanho de uma semana, listando minhas tarefas pra segunda, terça, quarta... geralmente são listas de tarefas imensas, distribuídas nesse curto período, mas eu consigo cumpri-las surpreendentemente bem, sem errar uma vírgula. Mas quando ultrapassa essa unidadezinha formada por sete dias, não dá nem pra descrever... sou simplesmente uma desgraça.

Por exemplo, peguemos uma data, digamos... 04 de fevereiro. Digamos que, em dezembro, fixei que essa data era muito importante pra mim, havia algo grande a se entregar neste dia, ou um evento marcante qualquer. Bom, o que vai acontecer é o seguinte: eu vou me comportar como se 04 de fevereiro fosse um marco no horizonte, longe, longínquo, no futuro distante. Vou agir como se essa data fosse ficar lá, paradinha, estacionada, e só iria se aproximar muito lá na frente, quando eu fizesse algum esforço na direção dela. E assim, eu só ia me dar conta do que estava acontecendo quando, ao realizar aquele planejamento semanal mencionado anteriormente, eu me desse conta de repente que aquela data longínqua, 04 de fevereiro, de repente tornou-se "próxima quarta-feira" ou (pior ainda!!!!) "depois de amanhã". E esse, meus amigos, é o momento do descabelamento total.

Mas tudo bem, tudo bem. Eu tenho meu lado procrastinadora convicta e, como todo bom procrastinador, me viro bem em situação de pressão extrema, do tipo "boca do prazo". Não que eu fique a salvo de algumas noites sem dormir, longe disso. Mas posso dizer que tenho prática na coisa, e resolvo a parada relativamente bem quando a hora chega.

Eu já tentei mudar isso, juro! Isso e a tal da procrastinação. Mas é mais forte do que eu. Esse formato número-do-dia/mês sempre acaba assumindo na minha cabeça ares de total abstração.

Às vezes acho que deve ser meu problema com números... na verdade problemaS - no plural - porque são muitos. Um deles é o fato de que eu NUNCA lembro de número nenhum que me digam, a não ser que eu faça alguma associação maluca com alguma outra coisa. Tem que rolar uma coisa tipo "é duas vezes o número do apartamento da minha irmã" ou "é tipo a data do meu nascimento ao contrário". Número de telefone, então, pode esquecer. Oito dígitos é coisa demais pra minha cabeça, só lembro de alguns poucos, e ainda assim na base da coreografia, deixando meus dedos acharem os lugares certos no dial. Nunca lembro as medidas de nada. Nunca lembro do preço de nada. Estou sempre confundindo a rua 28 de Setembro com a 03 de Março. Já até criei o apelido "rua com nome de data", que aliás uso pra me referir àquela em São Paulo (cujo nome nunca me recordo, claro), onde é bom ir pra comprar coisas. Enfim, os problemas são grandes.

Um dos meus problemas com números (que esbarra com a questão da minha pouca noção de tempo) que mais dão dor de cabeça é o tal do "tempo elástico". Siiim, eu sofro desse problema. E é tipo assim: digamos que eu tenha que sair de casa às 16hs. Eu geralmente levo uma hora e meia pra me arrumar, então vou fazer o possível pra às 14:30 estar no banho. E aí eu tomo banho, me arrumo, arrumo a bolsa, penteio o cabelo... e aí dou aquela olhadinha no relógio digital e vejo que ele está marcando 15:58. Adivinha o que eu vou pensar? Quem pensou "puta merda, tá na hora de sair" errou por completo (infelizmente! ><). Eu vou, feito uma babaca, me concentrar na parte que diz 15hs e vou dizer, ora, ainda são 15 e pouco, ainda tenho tempo" e vou SENTAR PARA COMER!!! Eu sei que parece absurdo, uma idiotice, e você deve estar pensando que cretina, não sabe contar! E só pode ser mesmo, porque eu não tenho uma boa justificativa pra isso! Quando eu vejo, já fiz. @_@

Enfim, eu tenho problemas. E por isso, não vai mais dar pra casar em fevereiro, porque eu não vi a papelada a tempo. Gostoso, né? ¬¬

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sobre a burrice

Existem certas verdades no mundo que atingem a gente como uma pancada e dóem pra cacete, e uma delas é a seguinte: nem mesmo a mais inteligente, culta e refinada das pessoas está livre de sofrer a escrotidão de certas gentalhas, por mais inferiores intelectualmente que elas sejam.

E certamente não estão livres de depois amargar a situação, observando de pés e mãos atados enquanto a porca gentinha os passa para trás.

E aí, quem é mais burro? O "rebuscoso" suburbano que mente e rouba, ou os inteligentíssimos e brilhantes acadêmicos, que levam o maior chapéu do mundo?

Ééé... diante de tanta filosofia, a solução é uma só: sentar e esperar pra ver quem ri por último... e torcer pra ser a gente.