domingo, 1 de fevereiro de 2009

Noção de tempo

Tanto com a faculdade, quanto com meus freelas, eu sempre dependi muito de prazos e cronogramas. Sempre foi muito significativo o calendário e as datas de entrega. Sabendo disso, é um espanto o modo como eu sou péssima ao lidar com o tempo. Quer dizer, eu sou muito boa em montar cronogramas a curto prazo, do tamanho de uma semana, listando minhas tarefas pra segunda, terça, quarta... geralmente são listas de tarefas imensas, distribuídas nesse curto período, mas eu consigo cumpri-las surpreendentemente bem, sem errar uma vírgula. Mas quando ultrapassa essa unidadezinha formada por sete dias, não dá nem pra descrever... sou simplesmente uma desgraça.

Por exemplo, peguemos uma data, digamos... 04 de fevereiro. Digamos que, em dezembro, fixei que essa data era muito importante pra mim, havia algo grande a se entregar neste dia, ou um evento marcante qualquer. Bom, o que vai acontecer é o seguinte: eu vou me comportar como se 04 de fevereiro fosse um marco no horizonte, longe, longínquo, no futuro distante. Vou agir como se essa data fosse ficar lá, paradinha, estacionada, e só iria se aproximar muito lá na frente, quando eu fizesse algum esforço na direção dela. E assim, eu só ia me dar conta do que estava acontecendo quando, ao realizar aquele planejamento semanal mencionado anteriormente, eu me desse conta de repente que aquela data longínqua, 04 de fevereiro, de repente tornou-se "próxima quarta-feira" ou (pior ainda!!!!) "depois de amanhã". E esse, meus amigos, é o momento do descabelamento total.

Mas tudo bem, tudo bem. Eu tenho meu lado procrastinadora convicta e, como todo bom procrastinador, me viro bem em situação de pressão extrema, do tipo "boca do prazo". Não que eu fique a salvo de algumas noites sem dormir, longe disso. Mas posso dizer que tenho prática na coisa, e resolvo a parada relativamente bem quando a hora chega.

Eu já tentei mudar isso, juro! Isso e a tal da procrastinação. Mas é mais forte do que eu. Esse formato número-do-dia/mês sempre acaba assumindo na minha cabeça ares de total abstração.

Às vezes acho que deve ser meu problema com números... na verdade problemaS - no plural - porque são muitos. Um deles é o fato de que eu NUNCA lembro de número nenhum que me digam, a não ser que eu faça alguma associação maluca com alguma outra coisa. Tem que rolar uma coisa tipo "é duas vezes o número do apartamento da minha irmã" ou "é tipo a data do meu nascimento ao contrário". Número de telefone, então, pode esquecer. Oito dígitos é coisa demais pra minha cabeça, só lembro de alguns poucos, e ainda assim na base da coreografia, deixando meus dedos acharem os lugares certos no dial. Nunca lembro as medidas de nada. Nunca lembro do preço de nada. Estou sempre confundindo a rua 28 de Setembro com a 03 de Março. Já até criei o apelido "rua com nome de data", que aliás uso pra me referir àquela em São Paulo (cujo nome nunca me recordo, claro), onde é bom ir pra comprar coisas. Enfim, os problemas são grandes.

Um dos meus problemas com números (que esbarra com a questão da minha pouca noção de tempo) que mais dão dor de cabeça é o tal do "tempo elástico". Siiim, eu sofro desse problema. E é tipo assim: digamos que eu tenha que sair de casa às 16hs. Eu geralmente levo uma hora e meia pra me arrumar, então vou fazer o possível pra às 14:30 estar no banho. E aí eu tomo banho, me arrumo, arrumo a bolsa, penteio o cabelo... e aí dou aquela olhadinha no relógio digital e vejo que ele está marcando 15:58. Adivinha o que eu vou pensar? Quem pensou "puta merda, tá na hora de sair" errou por completo (infelizmente! ><). Eu vou, feito uma babaca, me concentrar na parte que diz 15hs e vou dizer, ora, ainda são 15 e pouco, ainda tenho tempo" e vou SENTAR PARA COMER!!! Eu sei que parece absurdo, uma idiotice, e você deve estar pensando que cretina, não sabe contar! E só pode ser mesmo, porque eu não tenho uma boa justificativa pra isso! Quando eu vejo, já fiz. @_@

Enfim, eu tenho problemas. E por isso, não vai mais dar pra casar em fevereiro, porque eu não vi a papelada a tempo. Gostoso, né? ¬¬

Nenhum comentário: