terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Roda Viva
(1967 ~ III Festival de Música Brasileira ~ Chico & MPB4)
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas rodas do meu coração...
{Roda Viva ~ Chico Buarque}
... não deixa de ser um pouco triste perceber que a música brasileira atingiu seu auge há uns 40 anos atrás... em 67, com a ditadura, com a repressão, com os problemas, tínhamos Roda Viva... e agora, com a liberdade de expressão, com nosso presidente torneiro-mecânico, com toda a tecnologia, o que temos? Créééu, crééu, crééu, créu, créu, créu, créu, créu, créu...
A opinião do Thiago,
domingo, 7 de dezembro de 2008
Brincando de Photoshop
Tava aqui querendo esfriar a cabeça... e topei com uma imagem da Sarah Jessica Parker em que a pobre coitada não estava nada favorecida. Aí peguei pra brincar no Photoshop sem compromisso e... transformei a muié na Reira! Óia como ficou:
Ok, ok... eu sei que ficou artificial pra burro. Mas eu me diverti muitíssimo fazendo, e é isso o que importa! 8D
*procurando alguma vítima feiosa pra virar a Nana*
Ok, ok... eu sei que ficou artificial pra burro. Mas eu me diverti muitíssimo fazendo, e é isso o que importa! 8D
*procurando alguma vítima feiosa pra virar a Nana*
Papo de fim de ano
Meu pai fez aquela tradicional pesquisada a respeito do ano por vir e me deu notícias muito boas: o regente de 2009 será o Sol. O Sol é um bom planeta-regente pra quem tem planos, sonhos e projetos. Cuidado com a auto-confiança em excesso, no entanto! Sejamos prudentes! Sejamos generosos! O universo fará o resto.
Aí na mesma hora fiz minha listinha de pedidos pro ano que vem (é, esse ano são pedidos, não resoluções, porque minha resolução de ano novo 2007/2008 foi "chega de resoluções!" =D)
Montei aqui um mosaico bonitinho pra mostrar as coisas que eu quero em 2009 de uma forma mais poética... e de um modo que não fique com cara de lista de presentes do Orkut @_@"
Ói que bitininho:

família * triskel * queridos * chá * escola * queridas * liberdade * cama * olivia&anna * apartamento * francês * conexão * lili * oenach * lar * nana * mestrado * x * violino * dinheiro * sims * mana * estante * celtitude * eba * gaeilge * casório * armário * auroraveneziana * sofá * querida * corset * ládentro * queridos * pub * arte
Como diria aquela empresa capitalista de alimentos de má qualidade: "amo muito tudo isso".... e quero tudinho em 2009!
Aí na mesma hora fiz minha listinha de pedidos pro ano que vem (é, esse ano são pedidos, não resoluções, porque minha resolução de ano novo 2007/2008 foi "chega de resoluções!" =D)
Montei aqui um mosaico bonitinho pra mostrar as coisas que eu quero em 2009 de uma forma mais poética... e de um modo que não fique com cara de lista de presentes do Orkut @_@"
Ói que bitininho:

família * triskel * queridos * chá * escola * queridas * liberdade * cama * olivia&anna * apartamento * francês * conexão * lili * oenach * lar * nana * mestrado * x * violino * dinheiro * sims * mana * estante * celtitude * eba * gaeilge * casório * armário * auroraveneziana * sofá * querida * corset * ládentro * queridos * pub * arte
Como diria aquela empresa capitalista de alimentos de má qualidade: "amo muito tudo isso".... e quero tudinho em 2009!
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Notícias
Acho que, finalmente, finalmente, estou chegando na reta final. Ontem fiz a prova do Estado, então é menos uma coisa na minha cabeça, hoje entrego o trabalho final de Comunicação Visual e, se tudo der certo, resolvo o problema com Quadrinhos. (Torçam por mim!!!!)
Escultura eu já decidi o que vou fazer, e já pensei num modo de como fazer. Tudo o que preciso agora pra resolver Escultura é de um fim de semana. E, até o próximo, pretendo ter fechado Desenho também, porque falta pouco. Um carvão, dois nanquim, dois grafite e colocar meu nome em todos os desenhos... e tá pronto! Nem acredito que vou conseguir!
No estágio também tá indo tudo bem. Essa é a última semana dos alunos, e semana que vem é a última dos professores e licenciandos. Mas já consegui cumprir todas as horas e já até enviei o relatório de estágio. Falta agora ver como cada professora-regente vai lidar com Plano de Curso, porque os Planos de Unidade eu já fiz... enfim, agora é questão de fechar os horários, levar lá na DALPE, obter o tal protocolo e levar pra orientação de estágio assinar. E pra mim vai ter a sensação de uma verdadeira carta de alforria.
O trabalho piedosamente deu uma pausa nessas últimas semanas (uhuu!) e foi só por isso que consegui me desafogar. Mas espero que ele não demore muuuuito a voltar à ativa não, sabe, gente? Preciso de dinheiro! xD
Bom, agora vou indo porque tenho que ir pra aula (e tb porque ninguem lê post muito longo em blog =p), que eu já tô atrasadinha. Mais tarde de repente eu escrevo aqui alguma coisa a respeito das declarações de aprovação que to pedindo pros meus professores assinarem (pra apressar minha colação de grau), e dos preparativos pro casório! (Que tão tudo de lindo nessa vida!) *o*
Escultura eu já decidi o que vou fazer, e já pensei num modo de como fazer. Tudo o que preciso agora pra resolver Escultura é de um fim de semana. E, até o próximo, pretendo ter fechado Desenho também, porque falta pouco. Um carvão, dois nanquim, dois grafite e colocar meu nome em todos os desenhos... e tá pronto! Nem acredito que vou conseguir!
No estágio também tá indo tudo bem. Essa é a última semana dos alunos, e semana que vem é a última dos professores e licenciandos. Mas já consegui cumprir todas as horas e já até enviei o relatório de estágio. Falta agora ver como cada professora-regente vai lidar com Plano de Curso, porque os Planos de Unidade eu já fiz... enfim, agora é questão de fechar os horários, levar lá na DALPE, obter o tal protocolo e levar pra orientação de estágio assinar. E pra mim vai ter a sensação de uma verdadeira carta de alforria.
O trabalho piedosamente deu uma pausa nessas últimas semanas (uhuu!) e foi só por isso que consegui me desafogar. Mas espero que ele não demore muuuuito a voltar à ativa não, sabe, gente? Preciso de dinheiro! xD
Bom, agora vou indo porque tenho que ir pra aula (e tb porque ninguem lê post muito longo em blog =p), que eu já tô atrasadinha. Mais tarde de repente eu escrevo aqui alguma coisa a respeito das declarações de aprovação que to pedindo pros meus professores assinarem (pra apressar minha colação de grau), e dos preparativos pro casório! (Que tão tudo de lindo nessa vida!) *o*
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Sobre gaiolas e asas
“Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”.
Rubem Alves
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”.
Rubem Alves
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Um búlgaro em Pirenópolis
"Na minha terra..." ele dizia. "O povo, lá, na minha terra...", dizia um búlgaro em Pirenópolis. Uma vez encontrei um, leitor. Você já imaginou um búlgaro em Pirenópolis? Um real, falante, de carne e osso, dizendo: "Eu sou búlgaro, vim da Bulgária"? E tudo isso no sertão de Goiás? Vamos por partes. Você já imaginou Pirenópolis? É uma pequena cidade goiana do século XVIII, do "tempo do ouro" como diz a gente do lugar. Uma cidadezinha que já se chamou Meia Ponte e fica na beira do rio das Almas, um dos que mais ao norte formam o Tocantins. Do mesmo modo como Vila Boa de Goiás, os riachos da região deram ouro no passado, mas hoje a gente do lugar vive de arroz, milho, gado e algumas festas.
Pois foi numa. Voltemos ao começo do caso.
E um búlgaro lá? Pois um dia de junho eu estava em Pirenópolis, e na manhã do sábado da Festa do Divino Espírito Santo conheci um búlgaro. Isso foi no largo da terra vermelha, cercado de arquibancadas onde pouco depois haveria as "Cavalhadas de Pirenópolis". Um búlgaro real, leitor. Mais até, dois, um casal de viventes dessa espécie, ali, festivos, espantados. Uma gente que até então eu pensava que só vivia nos livros de História Universal.
O povo esperava o começo das correrias das "Cavalhadas de Cristãos e Mouros" e nós três falávamos sobre aquilo. Os três não, porque a mulher mal amarrava um arremedo do português e preferia ouvir os barulhos da festa: tiros de rojões, "rouqueiras" e bacamartes; gritos e chocalhos de cavalos a galope. "Viva o Espírito Santo!" gritavam ao longe. Ela via e ouvia. Mas, na manhã daquela que um dia foi o Arraial de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte, o homem búlgaro contou, na minha língua, coisas da sua terra com que eu quero começar a nossa conversa sobre o folclore, leitor.
Em quase mil anos de história os búlgaros tiveram poucos anos de uma verdadeira independência nacional. Eles foram seguidamente dominados por outros povos e, assim, uma boa parte da vida da Bulgária dividiu-se entre o domínio estrangeiro e a luta contra ele. As cidades e aldeias do país eram proibidas de usar sequer e colocar nas ruas os sons e as cores da Bulgária: hinos, bandeiras, a língua - os símbolos coletivos da afirmação ancestral de uma identidade de pátria, de povo. Então, quando foi perigoso hastear nos mastros os panos com as cores do país, rezar nos templos ortodoxos as suas crenças coletivas, ou enterrar os mortos com os seus cantos de tristeza, os búlgaros aprenderam a ler a sua memória nos pequenos sinais da vida cotidiana: costumes, objetos e símbolos populares.
Ele enumerava: velhas canções ditas à beira da mesa ou da fogueira; danças de aldeia em festas de casamento; brincadeiras típicas de crianças; ritos coletivos da religião popular; o jeito original de entalhar a madeira ou de pintar potes de barro; os mitos que o avô sabe e conta ao neto, os anônimos poemas épicos que narram de casa em casa as estórias dos heróis imaginários, quando era difícil contar na escola a história dos heróis verdadeiros; a sabedoria camponesa dos segredos de lidar com a terra; as flores bordadas nas blusas das mulheres; o rodado peculiar das saias; a faixa que os rapazes amarram na cintura; o jeito de prender na cabeça um lenço. Saias, lenços, canções e lendas. A "alma de um povo", como se diz às vezes, existia nas coisas mais simples, mais caseiras, mais antigas. Coisas da vida. Coisas do folclore?
Nos escondidos das cidades e aldeias uma vida coletiva e sua cultura existiam por toda parte, nos ritos ocultos e símbolos do povo do país. "Você sabe"... ele me dizia enquanto punha a mão no meu ombro, no gesto de amigos que a confidência tornou próximos vinte minutos depois de conhecidos, "isso tudo que você me disse que aqui é folclore, lá na minha terra foi o que tivemos para não perdermos a unidade da nação e também um sentimento de identidade que não podia ser destruído". Ele dizia: "Eu acho que durante muitos e muitos anos as nossas bandeiras eram as saias das mulheres do campo e os hinos eram as canções de ninar".
Seria também por isso, eu pensava, que países pequenos, mas tão culturalmente ricos e antigos como a Bulgária, a Romênia e a Polônia, possuem mais centros de pesquisa e produzem um volume muito maior do que o nosso de estudos e livros sobre "tradições populares"? O búlgaro que eu conheci em Pirenópolis continuou falando e me dizia que, quem sabe? Por isso, festas como aquela em Goiás tocavam fundo nele.
"As pessoas parece que estão se divertindo", dizia ele. "Mas elas fazem isso pra não esquecer quem são".
{Carlos Rodrigues Brandão ~ O que é Folclore?}
Pois foi numa. Voltemos ao começo do caso.
E um búlgaro lá? Pois um dia de junho eu estava em Pirenópolis, e na manhã do sábado da Festa do Divino Espírito Santo conheci um búlgaro. Isso foi no largo da terra vermelha, cercado de arquibancadas onde pouco depois haveria as "Cavalhadas de Pirenópolis". Um búlgaro real, leitor. Mais até, dois, um casal de viventes dessa espécie, ali, festivos, espantados. Uma gente que até então eu pensava que só vivia nos livros de História Universal.
O povo esperava o começo das correrias das "Cavalhadas de Cristãos e Mouros" e nós três falávamos sobre aquilo. Os três não, porque a mulher mal amarrava um arremedo do português e preferia ouvir os barulhos da festa: tiros de rojões, "rouqueiras" e bacamartes; gritos e chocalhos de cavalos a galope. "Viva o Espírito Santo!" gritavam ao longe. Ela via e ouvia. Mas, na manhã daquela que um dia foi o Arraial de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte, o homem búlgaro contou, na minha língua, coisas da sua terra com que eu quero começar a nossa conversa sobre o folclore, leitor.
Em quase mil anos de história os búlgaros tiveram poucos anos de uma verdadeira independência nacional. Eles foram seguidamente dominados por outros povos e, assim, uma boa parte da vida da Bulgária dividiu-se entre o domínio estrangeiro e a luta contra ele. As cidades e aldeias do país eram proibidas de usar sequer e colocar nas ruas os sons e as cores da Bulgária: hinos, bandeiras, a língua - os símbolos coletivos da afirmação ancestral de uma identidade de pátria, de povo. Então, quando foi perigoso hastear nos mastros os panos com as cores do país, rezar nos templos ortodoxos as suas crenças coletivas, ou enterrar os mortos com os seus cantos de tristeza, os búlgaros aprenderam a ler a sua memória nos pequenos sinais da vida cotidiana: costumes, objetos e símbolos populares.
Ele enumerava: velhas canções ditas à beira da mesa ou da fogueira; danças de aldeia em festas de casamento; brincadeiras típicas de crianças; ritos coletivos da religião popular; o jeito original de entalhar a madeira ou de pintar potes de barro; os mitos que o avô sabe e conta ao neto, os anônimos poemas épicos que narram de casa em casa as estórias dos heróis imaginários, quando era difícil contar na escola a história dos heróis verdadeiros; a sabedoria camponesa dos segredos de lidar com a terra; as flores bordadas nas blusas das mulheres; o rodado peculiar das saias; a faixa que os rapazes amarram na cintura; o jeito de prender na cabeça um lenço. Saias, lenços, canções e lendas. A "alma de um povo", como se diz às vezes, existia nas coisas mais simples, mais caseiras, mais antigas. Coisas da vida. Coisas do folclore?
Nos escondidos das cidades e aldeias uma vida coletiva e sua cultura existiam por toda parte, nos ritos ocultos e símbolos do povo do país. "Você sabe"... ele me dizia enquanto punha a mão no meu ombro, no gesto de amigos que a confidência tornou próximos vinte minutos depois de conhecidos, "isso tudo que você me disse que aqui é folclore, lá na minha terra foi o que tivemos para não perdermos a unidade da nação e também um sentimento de identidade que não podia ser destruído". Ele dizia: "Eu acho que durante muitos e muitos anos as nossas bandeiras eram as saias das mulheres do campo e os hinos eram as canções de ninar".
Seria também por isso, eu pensava, que países pequenos, mas tão culturalmente ricos e antigos como a Bulgária, a Romênia e a Polônia, possuem mais centros de pesquisa e produzem um volume muito maior do que o nosso de estudos e livros sobre "tradições populares"? O búlgaro que eu conheci em Pirenópolis continuou falando e me dizia que, quem sabe? Por isso, festas como aquela em Goiás tocavam fundo nele.
"As pessoas parece que estão se divertindo", dizia ele. "Mas elas fazem isso pra não esquecer quem são".
{Carlos Rodrigues Brandão ~ O que é Folclore?}
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Frase da semana
"Eu sei que devemos lidar com um problema de cada vez! A questão é que eles não chegam um de cada vez, né?"
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Músicas que surgem de madrugada
Ei! Al Capone
Vê se te emenda
Já sabem do teu furo, nego
No imposto de renda
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim desta maneira, nego
Chicago não aguenta...
Ei! Julio Cesar
Vê se não vai ao senado
Já sabem do teu plano
Para controlar o Estado
Ei! Lampião
Dá no pé, desapareça
Pois eles vão à feira
Exibir tua cabeça...
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta
-Cuidado aê Al Capone!...
Ei! Al Capone
Vê se te emenda
Já sabem do teu furo
Meu nego!
No imposto de renda...
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta...
Ei! Jimi Hendrix
Abandona o palco agora
Faça como fez Sinatra
Compre um carro e vá embora
Ei! Jesus Cristo
O melhor que você faz
Deixar o Pai de lado
E foge prá morrer em paz...
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta...
Eu sou astrólogo!
Eu sou astrólogo!
Vocês precisam acreditar em mim
Eu sou astrólogo!
Eu sou astrólogo!
E conheço História
Do princípio ao fim!...
Vê se te emenda
Já sabem do teu furo, nego
No imposto de renda
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim desta maneira, nego
Chicago não aguenta...
Ei! Julio Cesar
Vê se não vai ao senado
Já sabem do teu plano
Para controlar o Estado
Ei! Lampião
Dá no pé, desapareça
Pois eles vão à feira
Exibir tua cabeça...
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta
-Cuidado aê Al Capone!...
Ei! Al Capone
Vê se te emenda
Já sabem do teu furo
Meu nego!
No imposto de renda...
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta...
Ei! Jimi Hendrix
Abandona o palco agora
Faça como fez Sinatra
Compre um carro e vá embora
Ei! Jesus Cristo
O melhor que você faz
Deixar o Pai de lado
E foge prá morrer em paz...
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta...
Eu sou astrólogo!
Eu sou astrólogo!
Vocês precisam acreditar em mim
Eu sou astrólogo!
Eu sou astrólogo!
E conheço História
Do princípio ao fim!...
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
dominiopublico
.gov.br.
Alguém pode me explicar por que ninguém usa???
Acesse, pelamordedeus!
http://www.dominiopublico.gov.br
Pinturas, fotografias, vídeos, músicas, livros inteeeiros. Tudo de graça, pra eu e pra você.
Cortesia do governo federal u.ú
Alguém pode me explicar por que ninguém usa???
Acesse, pelamordedeus!
http://www.dominiopublico.gov.br
Pinturas, fotografias, vídeos, músicas, livros inteeeiros. Tudo de graça, pra eu e pra você.
Cortesia do governo federal u.ú
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Sequência
{Pink Spider ~ hide}
{Forever Love ~ X-Japan [hide's funeral]}
{Pink Spider ~ X-Japan [hide Memorial Summit 2008]}
P/ Henri, review do show do TOSHI
(com todas as abreviações e erros de português - a preguiça me condena)
Tinha pouca gente. Tinha uma maioria usando fantasias bizarras, que incluiam cabelos tingidos até a morte, muitas coisas listradas/xadrez/pretas/coloridas em tons berrantes, bichinhos de pelucia, cabelos arrepiados, fatiados e picotados e, em alguns casos, sapatinhos boneca de lacinho e salto alto (!!!) e laços cor-de-rosa na cabeça. Mas havia gente vestida normal (ou simplesmente cosplayada de baleia - meu caso).
Chegamos lá, fizemos fila, houve todas aquelas maluquices nerds e otakus q vc vê no evento de anime mais próximo, o show começou duas horas e meia depois do programado, não lotou (já mencionei que tinha pouca gente?), tava fácil ficar lá na frente. Quando o pé de todo mundo já tava doendo, o Toshi veio, cantou umas musicas solo boas dele... e umas bregas tb.
Não teve X-Japan. Ele cantou a 20th Century Boy, q ele cantava na época do X, mas essa música não é do X, é cover de uma banda dos anos 80 chamada T-Rex. Na verdade, Placebo tb ja fez cover dessa musica, embora eles não tenham sido cara-de-pau o suficiente pra cantá-la nos shows q fizeram no Brasil... bem, o Toshi foi. Peroba nele!
Uma coisa bacana do show foi que ele cantou Earth in the Dark, a principal música dele, em português. Também disse várias palavrinhas soltas em português, aquela macacada que todo artista internacional simpático faz pros fãs brasileiros, né? Mas me emocionou mesmo assim. O legal da coisa da Earth in the Dark, é q ele fez a música em japonês, mas depois ela ganhou versão em inglês, coreano (qdo ele fez show na Coréia) e espanhol (que ele cantou no Chile nesse último sábado). Foi bacana ele fazer em português tb. Acabei ficando com os zoim cheio d'água nessa hora.
(Li pro Thi o meu review e ele achou que faltaram informações, então vou acrescentá-las aqui nesses parêntesis: O Toshi jogava água no público. Tipo, ele virava as garrafinhas de água mineral. O Thi se amarrou, ficou todo ensopado - eu cobria a cabeça @@". Ele ria muito qdo fazia isso, acho que tava se divertindo horrores. Os caras que tavam tocando com ele eram os membros de uma banda chamada Charlotte. Eles são simpáticos e tavam surpreendentemente bem vestidos pro show do Toshi - normalmente eles vestem umas roupinhas coloridas de coxa de fora, pra combinar com as musiquinhas meia-boca que normalmente cantam. Eles aprenderam muitas palavrinhas em português e brincaram com o público. O mais simpático era um dos caras da guitarra, o Touya. Ele dava sorrisos fofinhos. A galera chamou muito por X-Japan, fazendo X com os braços e gritando "We are X!". Acho que o Toshi não curtiu muito, porque ficou gritando "We are T-Earth!" e fez o público repetir. Também jogaram uma camiseta do X no palco, ele pegou, viu o que era, deu um beijo e jogou de volta. Mas ele ficou feliz quando todos cantaram "happy birthday to you", pq o aniversário dele tinha sido na antevéspera. Ele tb se enrolou na bandeira do Brasil, o que foi bem simpático. Antes do show começar, todos os fãs da fila assinaram numa bandeira do Brasil alterada pra ter o logo do X-Japan no lugar da bola azul. Essa bandeira foi jogada no palco tb, mas ele ficou com ela, enrolou no corpo e tal. Foi carinhoso.)
Cedo demais o show acabou, e então a gente teve a oportunidade de gastar uns 50 a 70 reais nos CDs dele, pq quem tivesse CD podia subir lá pra saletinha onde um monte de staffs xiitas te conduziam a uma situação em que o Toshi assinava o encarte do seu CD, vc tinha uma chance de dizer qualquer palavra em japonês ou inglês que surgisse na sua cabeça e, talvez, receber um sorrisinho, uma palavra em resposta ou um aperto de mão. Tudo muito rápido, porque os staffs malvados ficavam bafejando na sua nuca.
Isso me deu uma saudade danada do Anime Friends, quando eu fui na tarde de autógrafos dos cantores das músicas dos Cavaleiros do Zodíaco. Eu super troquei idéia em inglês com um deles, e ganhei de um outro um beijo na bochecha. Bons tempos.
Mas tudo bem, vai. Apertei a mão do Toshi por um segundo e meio, e acho que ele ouviu o "arigatou, Toshi-san" que eu balbuciei na hora. Ah, e qdo ele me entregou o encarte do CD, meteu o polegar em cima da tinta fresca, então tenho uma amostra da digital dele! \o/ (fã se contenta com pouco, né?)
Mas é isso ^^
Tinha pouca gente. Tinha uma maioria usando fantasias bizarras, que incluiam cabelos tingidos até a morte, muitas coisas listradas/xadrez/pretas/coloridas em tons berrantes, bichinhos de pelucia, cabelos arrepiados, fatiados e picotados e, em alguns casos, sapatinhos boneca de lacinho e salto alto (!!!) e laços cor-de-rosa na cabeça. Mas havia gente vestida normal (ou simplesmente cosplayada de baleia - meu caso).
Chegamos lá, fizemos fila, houve todas aquelas maluquices nerds e otakus q vc vê no evento de anime mais próximo, o show começou duas horas e meia depois do programado, não lotou (já mencionei que tinha pouca gente?), tava fácil ficar lá na frente. Quando o pé de todo mundo já tava doendo, o Toshi veio, cantou umas musicas solo boas dele... e umas bregas tb.
Não teve X-Japan. Ele cantou a 20th Century Boy, q ele cantava na época do X, mas essa música não é do X, é cover de uma banda dos anos 80 chamada T-Rex. Na verdade, Placebo tb ja fez cover dessa musica, embora eles não tenham sido cara-de-pau o suficiente pra cantá-la nos shows q fizeram no Brasil... bem, o Toshi foi. Peroba nele!
Uma coisa bacana do show foi que ele cantou Earth in the Dark, a principal música dele, em português. Também disse várias palavrinhas soltas em português, aquela macacada que todo artista internacional simpático faz pros fãs brasileiros, né? Mas me emocionou mesmo assim. O legal da coisa da Earth in the Dark, é q ele fez a música em japonês, mas depois ela ganhou versão em inglês, coreano (qdo ele fez show na Coréia) e espanhol (que ele cantou no Chile nesse último sábado). Foi bacana ele fazer em português tb. Acabei ficando com os zoim cheio d'água nessa hora.
(Li pro Thi o meu review e ele achou que faltaram informações, então vou acrescentá-las aqui nesses parêntesis: O Toshi jogava água no público. Tipo, ele virava as garrafinhas de água mineral. O Thi se amarrou, ficou todo ensopado - eu cobria a cabeça @@". Ele ria muito qdo fazia isso, acho que tava se divertindo horrores. Os caras que tavam tocando com ele eram os membros de uma banda chamada Charlotte. Eles são simpáticos e tavam surpreendentemente bem vestidos pro show do Toshi - normalmente eles vestem umas roupinhas coloridas de coxa de fora, pra combinar com as musiquinhas meia-boca que normalmente cantam. Eles aprenderam muitas palavrinhas em português e brincaram com o público. O mais simpático era um dos caras da guitarra, o Touya. Ele dava sorrisos fofinhos. A galera chamou muito por X-Japan, fazendo X com os braços e gritando "We are X!". Acho que o Toshi não curtiu muito, porque ficou gritando "We are T-Earth!" e fez o público repetir. Também jogaram uma camiseta do X no palco, ele pegou, viu o que era, deu um beijo e jogou de volta. Mas ele ficou feliz quando todos cantaram "happy birthday to you", pq o aniversário dele tinha sido na antevéspera. Ele tb se enrolou na bandeira do Brasil, o que foi bem simpático. Antes do show começar, todos os fãs da fila assinaram numa bandeira do Brasil alterada pra ter o logo do X-Japan no lugar da bola azul. Essa bandeira foi jogada no palco tb, mas ele ficou com ela, enrolou no corpo e tal. Foi carinhoso.)
Cedo demais o show acabou, e então a gente teve a oportunidade de gastar uns 50 a 70 reais nos CDs dele, pq quem tivesse CD podia subir lá pra saletinha onde um monte de staffs xiitas te conduziam a uma situação em que o Toshi assinava o encarte do seu CD, vc tinha uma chance de dizer qualquer palavra em japonês ou inglês que surgisse na sua cabeça e, talvez, receber um sorrisinho, uma palavra em resposta ou um aperto de mão. Tudo muito rápido, porque os staffs malvados ficavam bafejando na sua nuca.
Isso me deu uma saudade danada do Anime Friends, quando eu fui na tarde de autógrafos dos cantores das músicas dos Cavaleiros do Zodíaco. Eu super troquei idéia em inglês com um deles, e ganhei de um outro um beijo na bochecha. Bons tempos.
Mas tudo bem, vai. Apertei a mão do Toshi por um segundo e meio, e acho que ele ouviu o "arigatou, Toshi-san" que eu balbuciei na hora. Ah, e qdo ele me entregou o encarte do CD, meteu o polegar em cima da tinta fresca, então tenho uma amostra da digital dele! \o/ (fã se contenta com pouco, né?)
Mas é isso ^^
Sampa
Esse fim de semana fui a São Paulo pra fazer três coisas: ver minhas amigas, assistir à peça "Caderno da Morte" e - fator motivador da viagem - assistir ao show do TOSHI!
Ver as amigas foi incompleto porque, apesar de ter passado o findi todinho com a minha Nana e ter visto a Ana boa parte do sábado, a Bia e a Sill não puderam ir, e fizeram muita falta!
Com a peça de teatro tive mais sorte, porque "Caderno da Morte" superou todas as minhas expectativas. Imagine só, uma peça de menos de duas horas, gratuita, em um teatro pequenininho no Sesi, encenada por um grupo relativamente pequeno de atores tendo sua história inspirada em um dos animes mais complexos e interessantes que eu já vi, o Death Note... bom, há de concordar que tinha muito o que dar errado.
Mas foi maravilhosa. Os atores eram perfeitos fodas de Deus (destaque para o L e o Ryuuk), e conseguiam com pouquíssimos recursos criar um clima perfeito pra história. E a história foi muito bem contada, de forma leve, com momentos tensos, engraçados, emocionantes... enfim, foi bom demais! Aconselho a todos que vejam, se puderem. Vai ficar em cartaz até 23 de Novembro.
O show também superou expectativas.
Vou confessar que não gostei muito das músicas do T-Earth, nem sou lá muito fã do TOSHI porque sou uma daquelas inconformadas com aquela história dele se converter à tal da Healing Music e largar o X. Na verdade, ouvindo o album, gostei muito mesmo de uma música, achei mais duas legais e as outras ficaram numa escala entre "medíocre" e "não gostei". Mesmo assim tava animada pro show porque desertor ou não o TOSHI é o TOSHI e isso não pode ser desprezado. E também, a (des)organização do show prometeu música do X.
Escrevi uma review mais completa a pedido da Henri e postei lá no forum, e tô pensando em fazer um x-post da review aqui no brógui, só pra simplificar. Então nem vou me alongar muito. Basta dizer que acabei muito mais empolgada com o show conforme ele foi se aproximando, e no próprio dia inclusive todas as músicas pareceram bem mais legais do que antes. E então, quando o TOSHI subiu ao palco, acabaram-se todas as nossas diferenças e eu berrei por ele de todo coração.
Em suma, o show foi foda!
Mais detalhes no próximo post, contendo a tal review. =P
domingo, 5 de outubro de 2008
Plantão Areia-Movediça

Aqui no Vale das Tarefas Intermináveis houve recentemente uma tempestade de trabalhos, que derrubaram minha sanidade mental, alagaram meus pensamentos e destruíram toda e qualquer possibilidade de relaxamento e diversão.
A previsão para esta semana é de que a chuva de trabalhos continue, e ouçam bem: respirar está fora de questão! No estúdio, a lista de tarefas não pára de crescer. O repórter especial Caderno Atarefado tem um boletim completo:
- Aqui nas Vias Trabalhosas as coisas não estão fáceis! Surgiu uma página com uma lista de tarefas imensa. De vez em quando, o Sr. Lápis 6B consegue cortar um dos itens, mas para cada um cortado, surgem aproximadamente mais dois. O fim de semana foi complicado, com muitos trabalhos manuais, desenhos e trabalhos escritos sendo concluídos, mas a lista sempre parece crescer. Mas baseado nas experiências dos outros anos, a perspectiva é de que piore até Novembro.
Obrigada, Caderno. A questão é que está tudo uma loucura, a cidade está em estado de calamidade. Por causa das eleições para prefeito de hoje, Lalinha perdeu um dia inteiro de trabalho, atrasando ainda mais o trabalho do Sr. Lápis 6B. A tendência é que alguns prazos se percam.
Nesse meio-tempo, vários departamentos decretaram estado de calamidade privada. A Congregação dos Articulados está muito atrasada, todos os amigos estão deixando mensagens do tipo "você sumiu!" e os projetos pessoais estão todos em pause. Isso se torna especialmente complicado com o episódio novo de Dexter que sai ainda hoje para baixar na internet, e a instalação do novo pacote de expansão do The Sims 2, o Vida de Apartamento.
A tendência é que Lalinha surte até o fim de semana quando, enfim, ela terá uma chance de descansar um pouco e assistir ao show do Toshi, vocalista da banda de J-rock X Japan.
Aguardem para novos boletins aqui no Plantão Areia-Movediça, direto da mente conturbada de Lalinha. Boa noite.
PS (malcriado sim, e daí?): A foto é do hide. E ela está nesse post porque eu gosto do hide. Se gostou, muito bem. Se não gostou, pílulas! E tenho dito u.ú
Arte-Educação
A atual situação do mundo ocidental é preocupante. O racionalismo e o individualismo extremos, a desvalorização dos sentimentos, do lúdico e da natureza conduziram o Ocidente a uma expansão tecnológica sem precedentes, mas também a uma terrível atrofia do ponto de vista humanitário.
As guerras constantes, a cobiça inesgotável e o total desprezo pelas necessidades do outro são apenas alguns exemplos das pragas do mundo atualmente. Existem outras deformidades, uma mais apavorante do que a outra, e todas deixam uma sensação fatalista no ar: a de que a civilização ocidental acabará por devorar todos os recursos que a natureza oferece, acabando assim por devorar a si própria.
Neste clima apocalíptico surge a Arte-educação, não como uma solução final, mas como um caminho, uma forma de encontrar alguma luz para o problema. Porque todo esse racionalismo, a produção desenfreada e o individualismo generalizado apontam para uma necessidade de sensibilização. Um retorno aos sentimentos, à empatia, ao jeito orgânico e coletivo de ser-e-pensar.
A tudo isso a arte engloba: os Símbolos da arte falam da universalidade, do coletivo, do conhecimento do outro, da compreensão do outro. Ela amplia as percepções e os horizontes, fazendo com que o observador entre em contato com seus sentimentos, com o seu eu, seus sonhos, sua imaginação.
E que melhor lugar para aprofundar os Símbolos da arte do que no ambiente escolar? As mentes, ainda em formação, estão prontas para desenvolver a empatia, o sentimento e a imaginação necessárias para virar essa mesa, se estimuladas corretamente. A escola que há atualmente traz já respostas prontas a questões que nem sempre são as dos alunos, e age com objetividade e utilitarismo, dando como conteúdo aquilo que se acredita necessário, mesmo que o próprio aluno não veja utilidade ou necessidade. Isso acontece porque o programa das disciplinas é pré-fabricado, padronizado, mas os estudantes não são. E todo o objetivo da escola atual é gerar pessoas-máquinas, que executarão suas tarefas e competirão com toda a força do seu individualismo no mercado de trabalho.
É um círculo vicioso, onde o utilitarismo alimenta a si mesmo, suprimindo tudo o que considera inferior e desnecessário: o sentir, o sonhar, a criatividade, a imaginação e a utopia.
A proposta da Arte-educação não é simplesmente incluir mais uma disciplina na escola que atualmente existe, chamada Educação Artística, num esforço de dar aos alunos um contato com a arte, seus Símbolos e seus benefícios. A Arte-educação busca, antes, um novo modo de ensinar todas as disciplinas presentes no currículo escolar, levando em consideração o educando, seus interesses, sua construção de mundo.
Busca incluir educadores em um sistema que agora alimenta professores-burocratas, quebrar a ordem utilitária da educação para dar voz a mestres e alunos, para colocar expressão, criação e percepção onde agora há apenas uma travessia autoritária de verdades incontestáveis. Busca acordar em todos a visão de que somente a razão, o trabalho e o consumo não levarão a outro lugar que a destruição dos recursos e, consequentemente, do planeta. Busca abrir espaço para os projetos e utopias que, na verdade, são o que move o mundo, o que possui o poder de alterar a realidade. Busca equilibrar as forças, e criar uma sociedade mais consciente, completa, íntegra. Busca, por fim, reforçar os laços culturais e interculturais, no intuito de banir a dominação e a padronização, ambas tão maléficas para a formação e sustentação de um povo.
Na Arte-educação, portanto, vive uma possibilidade de resgatar dentro de cada um os próprios meios e ferramentas para se mudar o mundo e chegar a um futuro melhor, por utópica que essa idéia possa parecer agora. Mas é como disse o poeta francês Lamartine: “As utopias são verdades prematuras.”
As guerras constantes, a cobiça inesgotável e o total desprezo pelas necessidades do outro são apenas alguns exemplos das pragas do mundo atualmente. Existem outras deformidades, uma mais apavorante do que a outra, e todas deixam uma sensação fatalista no ar: a de que a civilização ocidental acabará por devorar todos os recursos que a natureza oferece, acabando assim por devorar a si própria.
Neste clima apocalíptico surge a Arte-educação, não como uma solução final, mas como um caminho, uma forma de encontrar alguma luz para o problema. Porque todo esse racionalismo, a produção desenfreada e o individualismo generalizado apontam para uma necessidade de sensibilização. Um retorno aos sentimentos, à empatia, ao jeito orgânico e coletivo de ser-e-pensar.
A tudo isso a arte engloba: os Símbolos da arte falam da universalidade, do coletivo, do conhecimento do outro, da compreensão do outro. Ela amplia as percepções e os horizontes, fazendo com que o observador entre em contato com seus sentimentos, com o seu eu, seus sonhos, sua imaginação.
E que melhor lugar para aprofundar os Símbolos da arte do que no ambiente escolar? As mentes, ainda em formação, estão prontas para desenvolver a empatia, o sentimento e a imaginação necessárias para virar essa mesa, se estimuladas corretamente. A escola que há atualmente traz já respostas prontas a questões que nem sempre são as dos alunos, e age com objetividade e utilitarismo, dando como conteúdo aquilo que se acredita necessário, mesmo que o próprio aluno não veja utilidade ou necessidade. Isso acontece porque o programa das disciplinas é pré-fabricado, padronizado, mas os estudantes não são. E todo o objetivo da escola atual é gerar pessoas-máquinas, que executarão suas tarefas e competirão com toda a força do seu individualismo no mercado de trabalho.
É um círculo vicioso, onde o utilitarismo alimenta a si mesmo, suprimindo tudo o que considera inferior e desnecessário: o sentir, o sonhar, a criatividade, a imaginação e a utopia.
A proposta da Arte-educação não é simplesmente incluir mais uma disciplina na escola que atualmente existe, chamada Educação Artística, num esforço de dar aos alunos um contato com a arte, seus Símbolos e seus benefícios. A Arte-educação busca, antes, um novo modo de ensinar todas as disciplinas presentes no currículo escolar, levando em consideração o educando, seus interesses, sua construção de mundo.
Busca incluir educadores em um sistema que agora alimenta professores-burocratas, quebrar a ordem utilitária da educação para dar voz a mestres e alunos, para colocar expressão, criação e percepção onde agora há apenas uma travessia autoritária de verdades incontestáveis. Busca acordar em todos a visão de que somente a razão, o trabalho e o consumo não levarão a outro lugar que a destruição dos recursos e, consequentemente, do planeta. Busca abrir espaço para os projetos e utopias que, na verdade, são o que move o mundo, o que possui o poder de alterar a realidade. Busca equilibrar as forças, e criar uma sociedade mais consciente, completa, íntegra. Busca, por fim, reforçar os laços culturais e interculturais, no intuito de banir a dominação e a padronização, ambas tão maléficas para a formação e sustentação de um povo.
Na Arte-educação, portanto, vive uma possibilidade de resgatar dentro de cada um os próprios meios e ferramentas para se mudar o mundo e chegar a um futuro melhor, por utópica que essa idéia possa parecer agora. Mas é como disse o poeta francês Lamartine: “As utopias são verdades prematuras.”
Educação...
"(...) Educadores, onde estarão? Em que covas terão se escondido? Professores, há aos milhares. Mas professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança.
Profissões e vocações são como plantas. Vicejam e florescem em nichos ecológicos, naquele conjunto precário de situações que as tornam possíveis e - quem sabe? - necessárias. Destruído este "habitat", a vida vai se encolhendo, murchando, fica triste, mirra, entra para o fundo da terra, até sumir.
Com o advento da indústria como poderia o artesão sobreviver? Foi transformado em operário de segunda classe, até morrer de desgosto e saudade. O mesmo com os tropeiros, que dependiam das trilhas estreitas e das solidões, que morreram quando o asfalto e o automóvel chegaram. Destino igualmente triste teve o boticário, sem recursos para sobreviver num mundo de remédios prontos. Foi devorado no banquete antropofágico das multinacionais. E os médicos-sacerdotes? Conseguiam sobreviver, em parte porque as pessoas ainda acreditavam nos chás, cataplasmas, emplastros, simpatias e rezas de comadres e curandeiras. Foi em parte isso o que impediu que se amontoassem nos consultórios do único médico do vilarejo. Além disso, o tempo durava o dobro. Por outro lado, a ausência dos milagres técnicos fazia com que as soluções fossem mais rápidas e simples. Bem dizia a sabedoria popular: "o que não tem remédio, remediado está". Também a morte era uma solução.
E o educador?
Que terá acontecido com ele? Existirá ainda o nicho ecológico que torna possível a sua existência? Resta-lhe algum espaço? Será que alguém lhe concede a palavra ou lhe dá ouvidos? Merecerá sobreviver? Tem alguma função social ou econômica a desempenhar?
Uma vez cortada a floresta virgem, tudo muda. É bem verdade que é possível plantar eucaliptus, essa raça sem vergonha que cresce depressa, para substituir as velhas árvores seculares que ninguém viu nascer e nem plantou. Para certos gostos, fica até mais bonito: todos enfileirados, em permanente posição de sentido, preparados para o corte. E para o lucro. Acima de tudo, vão-se os mistérios, as sombras não penetradas e desconhecidas, os silêncios, os lugares ainda não visitados. O espaço se racionaliza sob a exigência da organização. Os ventos não mais serão cavalgados por espíritos misteriosos, porque todos eles só falarão de cifras, financiamentos e negócios.
Que me entendam a analogia.
Pode ser que educadores sejam confundidos com professores, da mesma forma como se pode dizer: jequitibá e eucaliptus, não é tudo árvore, madeira? No final, não dá tudo no mesmo?
Não, não dá tudo no mesmo, porque cada árvore é a revelação de um "habitat", cada uma delas tem cidadania num mundo específico. A primeira, no mundo do mistério, a segunda, no mundo da organização, das instituições, das finanças. Há árvores que tem uma personalidade - e os antigos acreditavam mesmo que possuíam uma alma. É aquela árvore, diferente de todas, que sentiu coisas que ninguém mais sentiu. Há outras que são absolutamente idênticas umas às outras, que podem ser substituídas com rapidez e sem problemas.
Eu diria que os educadores são como as velhas árvores. Possuem uma face, um nome, uma "estória" a ser contada. Habitam um mundo em que o que vale é a relação que os ligam aos alunos, sendo que cada aluno é uma "entidade" "sui generis", portador de um nome, também de uma "estória", sofrendo tristezas e alimentando esperanças. E a educação é algo pra acontecer neste espaço invisível e denso, que se estabelece a dois. Espaço artesanal.
Mas professores são habitantes de um mundo diferente, onde o "educador" pouco importa, pois o que interessa é um "crédito" cultural que o aluno adquire numa disciplina identificada por uma sigla, sendo que, para fins institucionais, nenhuma diferença faz aquele que a ministra. Por isto mesmo professores são entidades "descartáveis", da mesma forma como há canetas descartáveis, coadores de café descartáveis, copinhos de plástico de café, descartáveis.
De educadores para professores realizamos o salto de pessoa para função."
{Rubem Alves ~ O Preparo do Educador}
Profissões e vocações são como plantas. Vicejam e florescem em nichos ecológicos, naquele conjunto precário de situações que as tornam possíveis e - quem sabe? - necessárias. Destruído este "habitat", a vida vai se encolhendo, murchando, fica triste, mirra, entra para o fundo da terra, até sumir.
Com o advento da indústria como poderia o artesão sobreviver? Foi transformado em operário de segunda classe, até morrer de desgosto e saudade. O mesmo com os tropeiros, que dependiam das trilhas estreitas e das solidões, que morreram quando o asfalto e o automóvel chegaram. Destino igualmente triste teve o boticário, sem recursos para sobreviver num mundo de remédios prontos. Foi devorado no banquete antropofágico das multinacionais. E os médicos-sacerdotes? Conseguiam sobreviver, em parte porque as pessoas ainda acreditavam nos chás, cataplasmas, emplastros, simpatias e rezas de comadres e curandeiras. Foi em parte isso o que impediu que se amontoassem nos consultórios do único médico do vilarejo. Além disso, o tempo durava o dobro. Por outro lado, a ausência dos milagres técnicos fazia com que as soluções fossem mais rápidas e simples. Bem dizia a sabedoria popular: "o que não tem remédio, remediado está". Também a morte era uma solução.
E o educador?
Que terá acontecido com ele? Existirá ainda o nicho ecológico que torna possível a sua existência? Resta-lhe algum espaço? Será que alguém lhe concede a palavra ou lhe dá ouvidos? Merecerá sobreviver? Tem alguma função social ou econômica a desempenhar?
Uma vez cortada a floresta virgem, tudo muda. É bem verdade que é possível plantar eucaliptus, essa raça sem vergonha que cresce depressa, para substituir as velhas árvores seculares que ninguém viu nascer e nem plantou. Para certos gostos, fica até mais bonito: todos enfileirados, em permanente posição de sentido, preparados para o corte. E para o lucro. Acima de tudo, vão-se os mistérios, as sombras não penetradas e desconhecidas, os silêncios, os lugares ainda não visitados. O espaço se racionaliza sob a exigência da organização. Os ventos não mais serão cavalgados por espíritos misteriosos, porque todos eles só falarão de cifras, financiamentos e negócios.
Que me entendam a analogia.
Pode ser que educadores sejam confundidos com professores, da mesma forma como se pode dizer: jequitibá e eucaliptus, não é tudo árvore, madeira? No final, não dá tudo no mesmo?
Não, não dá tudo no mesmo, porque cada árvore é a revelação de um "habitat", cada uma delas tem cidadania num mundo específico. A primeira, no mundo do mistério, a segunda, no mundo da organização, das instituições, das finanças. Há árvores que tem uma personalidade - e os antigos acreditavam mesmo que possuíam uma alma. É aquela árvore, diferente de todas, que sentiu coisas que ninguém mais sentiu. Há outras que são absolutamente idênticas umas às outras, que podem ser substituídas com rapidez e sem problemas.
Eu diria que os educadores são como as velhas árvores. Possuem uma face, um nome, uma "estória" a ser contada. Habitam um mundo em que o que vale é a relação que os ligam aos alunos, sendo que cada aluno é uma "entidade" "sui generis", portador de um nome, também de uma "estória", sofrendo tristezas e alimentando esperanças. E a educação é algo pra acontecer neste espaço invisível e denso, que se estabelece a dois. Espaço artesanal.
Mas professores são habitantes de um mundo diferente, onde o "educador" pouco importa, pois o que interessa é um "crédito" cultural que o aluno adquire numa disciplina identificada por uma sigla, sendo que, para fins institucionais, nenhuma diferença faz aquele que a ministra. Por isto mesmo professores são entidades "descartáveis", da mesma forma como há canetas descartáveis, coadores de café descartáveis, copinhos de plástico de café, descartáveis.
De educadores para professores realizamos o salto de pessoa para função."
{Rubem Alves ~ O Preparo do Educador}
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Boi Bumbá [2]
Sou bicho feito do mato
Não tenho medo de voar...
Não tenho medo da escuridão,
Saci-pererê, assombração
Curupira, carcará...
O olho é livre pra chorar,
A boca é livre pra sorrir...
Toda hora é hora de amar,
Todo tempo é tempo de sonhar,
Pra abraçar, pra sentir.
Êêêê...... Boi Bumbá!
Bumba-meu-boi, bumba meu Boi Bumbá
Meu Boi Bumbá...
A noite é feita pra cantar...
O dia tem tanto pra nos dar
É perder o trem, mas caminhar
Contar estrelas, desejar
O que o coração pedir...
O olho é livre pra chorar...
A boca é livre pra sorrir!
É perder o trem, mas caminhar
Contar estrelas, desejar
O que o coração pedir.
{Boi Bumbá - Arleno Farias}
Não tenho medo de voar...
Não tenho medo da escuridão,
Saci-pererê, assombração
Curupira, carcará...
O olho é livre pra chorar,
A boca é livre pra sorrir...
Toda hora é hora de amar,
Todo tempo é tempo de sonhar,
Pra abraçar, pra sentir.
Êêêê...... Boi Bumbá!
Bumba-meu-boi, bumba meu Boi Bumbá
Meu Boi Bumbá...
A noite é feita pra cantar...
O dia tem tanto pra nos dar
É perder o trem, mas caminhar
Contar estrelas, desejar
O que o coração pedir...
O olho é livre pra chorar...
A boca é livre pra sorrir!
É perder o trem, mas caminhar
Contar estrelas, desejar
O que o coração pedir.
{Boi Bumbá - Arleno Farias}
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Fotolog, 07/08/07
afinal de contas, era uma song to say goodbye. isso não me sai da cabeça. penso tanto na covardia, que motiva os que pensam que não vai adiantar, a nem ao menos tentar.
não me sai da cabeça o veneno do tempo. não me sai da cabeça a inutilidade dos anos. a intimidade não é uma moeda de troca lá tão valorizada. viva o novo! cicatrizem as velhas feridas, porque precisamos abrir lugar para as novas.
as músicas pop são populares apenas porque dizem o que queremos ouvir. produzem sonhos fáceis, gostosos e tolos como uma tarde de sol. é inconsequente acreditar no que elas dizem. e no fim das contas é cruel ouvi-las e ver que era tudo mentira.
estouremos as bolhinhas de sabão, então. o mundo é um ocaso.
mas perdôem-me. à uma da manhã é fácil ser amarga.
amanhã coloco alguma coisa bonita de se ver. prometo.
~x~
Postado no meu congelado flog /ninfae, em agosto de 2007. Ainda lembro o que estava sentindo quando escrevi isso... e acho até meio irônico o fato de sentir algo tão parecido, agora.
não me sai da cabeça o veneno do tempo. não me sai da cabeça a inutilidade dos anos. a intimidade não é uma moeda de troca lá tão valorizada. viva o novo! cicatrizem as velhas feridas, porque precisamos abrir lugar para as novas.
as músicas pop são populares apenas porque dizem o que queremos ouvir. produzem sonhos fáceis, gostosos e tolos como uma tarde de sol. é inconsequente acreditar no que elas dizem. e no fim das contas é cruel ouvi-las e ver que era tudo mentira.
estouremos as bolhinhas de sabão, então. o mundo é um ocaso.
mas perdôem-me. à uma da manhã é fácil ser amarga.
amanhã coloco alguma coisa bonita de se ver. prometo.
~x~
Postado no meu congelado flog /ninfae, em agosto de 2007. Ainda lembro o que estava sentindo quando escrevi isso... e acho até meio irônico o fato de sentir algo tão parecido, agora.
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