quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Abraçador de árvores



A flor disse, "eu queria ser uma árvore"
A árvore disse, "Eu queria poder ser
Um tipo diferente de árvore",
O gato queria ser uma abelha,
A tartaruga queria poder voar
Bem alto no céu,
Por cima dos telhados e então mergulhar
Bem fundo no mar.

E no mar há um peixe
Um peixe que tem um desejo secreto
Ele queria ser um cactus bem grande
Com uma flor cor-de-rosa.

E a flor
Seria sua oferta
De amor pelo deserto
E o deserto,
Tão seco e solitário,
Que todas as criaturas
Apreciariam o esforço.

E a baleia disse:
"Eu queria ser um iéti
Para voar à noite
e eu voaria para bem longe daqui."
Mas o iéti disse:
"Eu queria ser um monstro marinho
Para poder pular no mar
Com todos os tubarões."

E a cobra do deserto disse,
"Eu queria ter mãos para
Poder te abraçar como um homem."
E então o cactus disse,
"Você não entende,
Minha pele é coberta com espinhos afiados
Que te apunhalariam como mil facas.
Um abraço seria bom,
Mas abrace minha flor com os seus olhos."

Tree Hugger



The flower said, "I wish I was a tree,"
The tree said, "I wish I could be
A different kind of tree,
The cat wished that it was a bee,
The turtle wished that it could fly
Really high into the sky,
Over rooftops and then dive
Deep into the sea.

And in the sea there is a fish,
A fish that has a secret wish,
A wish to be a big cactus
With a pink flower on it.
And in the sea there is a fish,
A fish that has a secret wish,
A wish to be a big cactus
With a pink flower on it.

And the flower
Would be its offering
Of love to the desert.
And the desert,
So dry and lonely,
That the creatures all
Appreciate the effort.

Et le chacalot a dit:
"Je voudrais être un yéti
Pour voler dans la nuit
Et m'envoler loin d'ici"
Mais le yéti a dit:
"Je veux être un monstre marin
Pour pouvoir sauter dans la mer
De tous les requins"

And the rattlesnake said,
"I wish I had hands so
I could hug you like a man."
And then the cactus said,
"Don't you understand,
My skin is covered with sharp spikes
That'll stab you like a thousand knives.
A hug would be nice,
But hug my flower with your eyes."

The flower said, "I wish I was a tree,"
The tree said, "I wish I could be
A different kind of tree,
The cat wished that it was a bee,
The turtle wished that it could fly
Really high into the sky,
Over rooftops and then dive
Deep into the sea.

And in the sea there is a fish,
A fish that has a secret wish,
A wish to be a big cactus
With a pink flower on it.
And in the sea there is a fish,
A fish that has a secret wish,
A wish to be a big cactus
With a pink flower on it.

And the flower
Would be its offering
Of love to the desert.
And the desert,
So dry and lonely,
That the creatures all
Appreciate the effort.

{Antzy Pants ~ Tree Hugger}

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Mona & David



"Aqui eu te amo.
Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento.
Fosforece a lua sobre as águas errantes.
Andam dias iguais a perseguir-se.

Descinge-se a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata se desprende do ocaso.
As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas.

Ou a cruz negra de um barco.
Só.
As vezes amanheço, e minha alma está úmida.
Soa, ressoa o mar distante.
Isto é um porto.
Aqui eu te amo.

Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes,
que correm pelo mar rumo a onde não chegam.

Já me creio esquecido como estas velha âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta..
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.

Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos.
Mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho.

Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo, os pinheiros no vento,
querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre."

.

Dá uma saudade... ^^

Noção de tempo

Tanto com a faculdade, quanto com meus freelas, eu sempre dependi muito de prazos e cronogramas. Sempre foi muito significativo o calendário e as datas de entrega. Sabendo disso, é um espanto o modo como eu sou péssima ao lidar com o tempo. Quer dizer, eu sou muito boa em montar cronogramas a curto prazo, do tamanho de uma semana, listando minhas tarefas pra segunda, terça, quarta... geralmente são listas de tarefas imensas, distribuídas nesse curto período, mas eu consigo cumpri-las surpreendentemente bem, sem errar uma vírgula. Mas quando ultrapassa essa unidadezinha formada por sete dias, não dá nem pra descrever... sou simplesmente uma desgraça.

Por exemplo, peguemos uma data, digamos... 04 de fevereiro. Digamos que, em dezembro, fixei que essa data era muito importante pra mim, havia algo grande a se entregar neste dia, ou um evento marcante qualquer. Bom, o que vai acontecer é o seguinte: eu vou me comportar como se 04 de fevereiro fosse um marco no horizonte, longe, longínquo, no futuro distante. Vou agir como se essa data fosse ficar lá, paradinha, estacionada, e só iria se aproximar muito lá na frente, quando eu fizesse algum esforço na direção dela. E assim, eu só ia me dar conta do que estava acontecendo quando, ao realizar aquele planejamento semanal mencionado anteriormente, eu me desse conta de repente que aquela data longínqua, 04 de fevereiro, de repente tornou-se "próxima quarta-feira" ou (pior ainda!!!!) "depois de amanhã". E esse, meus amigos, é o momento do descabelamento total.

Mas tudo bem, tudo bem. Eu tenho meu lado procrastinadora convicta e, como todo bom procrastinador, me viro bem em situação de pressão extrema, do tipo "boca do prazo". Não que eu fique a salvo de algumas noites sem dormir, longe disso. Mas posso dizer que tenho prática na coisa, e resolvo a parada relativamente bem quando a hora chega.

Eu já tentei mudar isso, juro! Isso e a tal da procrastinação. Mas é mais forte do que eu. Esse formato número-do-dia/mês sempre acaba assumindo na minha cabeça ares de total abstração.

Às vezes acho que deve ser meu problema com números... na verdade problemaS - no plural - porque são muitos. Um deles é o fato de que eu NUNCA lembro de número nenhum que me digam, a não ser que eu faça alguma associação maluca com alguma outra coisa. Tem que rolar uma coisa tipo "é duas vezes o número do apartamento da minha irmã" ou "é tipo a data do meu nascimento ao contrário". Número de telefone, então, pode esquecer. Oito dígitos é coisa demais pra minha cabeça, só lembro de alguns poucos, e ainda assim na base da coreografia, deixando meus dedos acharem os lugares certos no dial. Nunca lembro as medidas de nada. Nunca lembro do preço de nada. Estou sempre confundindo a rua 28 de Setembro com a 03 de Março. Já até criei o apelido "rua com nome de data", que aliás uso pra me referir àquela em São Paulo (cujo nome nunca me recordo, claro), onde é bom ir pra comprar coisas. Enfim, os problemas são grandes.

Um dos meus problemas com números (que esbarra com a questão da minha pouca noção de tempo) que mais dão dor de cabeça é o tal do "tempo elástico". Siiim, eu sofro desse problema. E é tipo assim: digamos que eu tenha que sair de casa às 16hs. Eu geralmente levo uma hora e meia pra me arrumar, então vou fazer o possível pra às 14:30 estar no banho. E aí eu tomo banho, me arrumo, arrumo a bolsa, penteio o cabelo... e aí dou aquela olhadinha no relógio digital e vejo que ele está marcando 15:58. Adivinha o que eu vou pensar? Quem pensou "puta merda, tá na hora de sair" errou por completo (infelizmente! ><). Eu vou, feito uma babaca, me concentrar na parte que diz 15hs e vou dizer, ora, ainda são 15 e pouco, ainda tenho tempo" e vou SENTAR PARA COMER!!! Eu sei que parece absurdo, uma idiotice, e você deve estar pensando que cretina, não sabe contar! E só pode ser mesmo, porque eu não tenho uma boa justificativa pra isso! Quando eu vejo, já fiz. @_@

Enfim, eu tenho problemas. E por isso, não vai mais dar pra casar em fevereiro, porque eu não vi a papelada a tempo. Gostoso, né? ¬¬

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sobre a burrice

Existem certas verdades no mundo que atingem a gente como uma pancada e dóem pra cacete, e uma delas é a seguinte: nem mesmo a mais inteligente, culta e refinada das pessoas está livre de sofrer a escrotidão de certas gentalhas, por mais inferiores intelectualmente que elas sejam.

E certamente não estão livres de depois amargar a situação, observando de pés e mãos atados enquanto a porca gentinha os passa para trás.

E aí, quem é mais burro? O "rebuscoso" suburbano que mente e rouba, ou os inteligentíssimos e brilhantes acadêmicos, que levam o maior chapéu do mundo?

Ééé... diante de tanta filosofia, a solução é uma só: sentar e esperar pra ver quem ri por último... e torcer pra ser a gente.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Roda Viva


(1967 ~ III Festival de Música Brasileira ~ Chico & MPB4)

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...

A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...

No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas rodas do meu coração...

{Roda Viva ~ Chico Buarque}

... não deixa de ser um pouco triste perceber que a música brasileira atingiu seu auge há uns 40 anos atrás... em 67, com a ditadura, com a repressão, com os problemas, tínhamos Roda Viva... e agora, com a liberdade de expressão, com nosso presidente torneiro-mecânico, com toda a tecnologia, o que temos? Créééu, crééu, crééu, créu, créu, créu, créu, créu, créu...

A opinião do Thiago,

quando eu mostrei a Reira Jessica Parker do post anterior:

- Ela parece o Yoshiki.

Yoshiki:


*morre*

Num é q é mesmo? O.O

***

Pra não deixar o post totalmente inútchel: alguém mais viu o Dex dessa semana? Que final de episódio foi aquele, meus deuses *____*

domingo, 7 de dezembro de 2008

Brincando de Photoshop

Tava aqui querendo esfriar a cabeça... e topei com uma imagem da Sarah Jessica Parker em que a pobre coitada não estava nada favorecida. Aí peguei pra brincar no Photoshop sem compromisso e... transformei a muié na Reira! Óia como ficou:

Antes O.O


Depois xD~


Ok, ok... eu sei que ficou artificial pra burro. Mas eu me diverti muitíssimo fazendo, e é isso o que importa! 8D

*procurando alguma vítima feiosa pra virar a Nana*

Papo de fim de ano

Meu pai fez aquela tradicional pesquisada a respeito do ano por vir e me deu notícias muito boas: o regente de 2009 será o Sol. O Sol é um bom planeta-regente pra quem tem planos, sonhos e projetos. Cuidado com a auto-confiança em excesso, no entanto! Sejamos prudentes! Sejamos generosos! O universo fará o resto.

Aí na mesma hora fiz minha listinha de pedidos pro ano que vem (é, esse ano são pedidos, não resoluções, porque minha resolução de ano novo 2007/2008 foi "chega de resoluções!" =D)

Montei aqui um mosaico bonitinho pra mostrar as coisas que eu quero em 2009 de uma forma mais poética... e de um modo que não fique com cara de lista de presentes do Orkut @_@"

Ói que bitininho:



família * triskel * queridos * chá * escola * queridas * liberdade * cama * olivia&anna * apartamento * francês * conexão * lili * oenach * lar * nana * mestrado * x * violino * dinheiro * sims * mana * estante * celtitude * eba * gaeilge * casório * armário * auroraveneziana * sofá * querida * corset * ládentro * queridos * pub * arte

Como diria aquela empresa capitalista de alimentos de má qualidade: "amo muito tudo isso".... e quero tudinho em 2009!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Notícias

Acho que, finalmente, finalmente, estou chegando na reta final. Ontem fiz a prova do Estado, então é menos uma coisa na minha cabeça, hoje entrego o trabalho final de Comunicação Visual e, se tudo der certo, resolvo o problema com Quadrinhos. (Torçam por mim!!!!)

Escultura eu já decidi o que vou fazer, e já pensei num modo de como fazer. Tudo o que preciso agora pra resolver Escultura é de um fim de semana. E, até o próximo, pretendo ter fechado Desenho também, porque falta pouco. Um carvão, dois nanquim, dois grafite e colocar meu nome em todos os desenhos... e tá pronto! Nem acredito que vou conseguir!

No estágio também tá indo tudo bem. Essa é a última semana dos alunos, e semana que vem é a última dos professores e licenciandos. Mas já consegui cumprir todas as horas e já até enviei o relatório de estágio. Falta agora ver como cada professora-regente vai lidar com Plano de Curso, porque os Planos de Unidade eu já fiz... enfim, agora é questão de fechar os horários, levar lá na DALPE, obter o tal protocolo e levar pra orientação de estágio assinar. E pra mim vai ter a sensação de uma verdadeira carta de alforria.

O trabalho piedosamente deu uma pausa nessas últimas semanas (uhuu!) e foi só por isso que consegui me desafogar. Mas espero que ele não demore muuuuito a voltar à ativa não, sabe, gente? Preciso de dinheiro! xD

Bom, agora vou indo porque tenho que ir pra aula (e tb porque ninguem lê post muito longo em blog =p), que eu já tô atrasadinha. Mais tarde de repente eu escrevo aqui alguma coisa a respeito das declarações de aprovação que to pedindo pros meus professores assinarem (pra apressar minha colação de grau), e dos preparativos pro casório! (Que tão tudo de lindo nessa vida!) *o*

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Sobre gaiolas e asas

“Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”.

Rubem Alves

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Um búlgaro em Pirenópolis

"Na minha terra..." ele dizia. "O povo, lá, na minha terra...", dizia um búlgaro em Pirenópolis. Uma vez encontrei um, leitor. Você já imaginou um búlgaro em Pirenópolis? Um real, falante, de carne e osso, dizendo: "Eu sou búlgaro, vim da Bulgária"? E tudo isso no sertão de Goiás? Vamos por partes. Você já imaginou Pirenópolis? É uma pequena cidade goiana do século XVIII, do "tempo do ouro" como diz a gente do lugar. Uma cidadezinha que já se chamou Meia Ponte e fica na beira do rio das Almas, um dos que mais ao norte formam o Tocantins. Do mesmo modo como Vila Boa de Goiás, os riachos da região deram ouro no passado, mas hoje a gente do lugar vive de arroz, milho, gado e algumas festas.

Pois foi numa. Voltemos ao começo do caso.

E um búlgaro lá? Pois um dia de junho eu estava em Pirenópolis, e na manhã do sábado da Festa do Divino Espírito Santo conheci um búlgaro. Isso foi no largo da terra vermelha, cercado de arquibancadas onde pouco depois haveria as "Cavalhadas de Pirenópolis". Um búlgaro real, leitor. Mais até, dois, um casal de viventes dessa espécie, ali, festivos, espantados. Uma gente que até então eu pensava que só vivia nos livros de História Universal.

O povo esperava o começo das correrias das "Cavalhadas de Cristãos e Mouros" e nós três falávamos sobre aquilo. Os três não, porque a mulher mal amarrava um arremedo do português e preferia ouvir os barulhos da festa: tiros de rojões, "rouqueiras" e bacamartes; gritos e chocalhos de cavalos a galope. "Viva o Espírito Santo!" gritavam ao longe. Ela via e ouvia. Mas, na manhã daquela que um dia foi o Arraial de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte, o homem búlgaro contou, na minha língua, coisas da sua terra com que eu quero começar a nossa conversa sobre o folclore, leitor.

Em quase mil anos de história os búlgaros tiveram poucos anos de uma verdadeira independência nacional. Eles foram seguidamente dominados por outros povos e, assim, uma boa parte da vida da Bulgária dividiu-se entre o domínio estrangeiro e a luta contra ele. As cidades e aldeias do país eram proibidas de usar sequer e colocar nas ruas os sons e as cores da Bulgária: hinos, bandeiras, a língua - os símbolos coletivos da afirmação ancestral de uma identidade de pátria, de povo. Então, quando foi perigoso hastear nos mastros os panos com as cores do país, rezar nos templos ortodoxos as suas crenças coletivas, ou enterrar os mortos com os seus cantos de tristeza, os búlgaros aprenderam a ler a sua memória nos pequenos sinais da vida cotidiana: costumes, objetos e símbolos populares.

Ele enumerava: velhas canções ditas à beira da mesa ou da fogueira; danças de aldeia em festas de casamento; brincadeiras típicas de crianças; ritos coletivos da religião popular; o jeito original de entalhar a madeira ou de pintar potes de barro; os mitos que o avô sabe e conta ao neto, os anônimos poemas épicos que narram de casa em casa as estórias dos heróis imaginários, quando era difícil contar na escola a história dos heróis verdadeiros; a sabedoria camponesa dos segredos de lidar com a terra; as flores bordadas nas blusas das mulheres; o rodado peculiar das saias; a faixa que os rapazes amarram na cintura; o jeito de prender na cabeça um lenço. Saias, lenços, canções e lendas. A "alma de um povo", como se diz às vezes, existia nas coisas mais simples, mais caseiras, mais antigas. Coisas da vida. Coisas do folclore?

Nos escondidos das cidades e aldeias uma vida coletiva e sua cultura existiam por toda parte, nos ritos ocultos e símbolos do povo do país. "Você sabe"... ele me dizia enquanto punha a mão no meu ombro, no gesto de amigos que a confidência tornou próximos vinte minutos depois de conhecidos, "isso tudo que você me disse que aqui é folclore, lá na minha terra foi o que tivemos para não perdermos a unidade da nação e também um sentimento de identidade que não podia ser destruído". Ele dizia: "Eu acho que durante muitos e muitos anos as nossas bandeiras eram as saias das mulheres do campo e os hinos eram as canções de ninar".

Seria também por isso, eu pensava, que países pequenos, mas tão culturalmente ricos e antigos como a Bulgária, a Romênia e a Polônia, possuem mais centros de pesquisa e produzem um volume muito maior do que o nosso de estudos e livros sobre "tradições populares"? O búlgaro que eu conheci em Pirenópolis continuou falando e me dizia que, quem sabe? Por isso, festas como aquela em Goiás tocavam fundo nele.

"As pessoas parece que estão se divertindo", dizia ele. "Mas elas fazem isso pra não esquecer quem são".

{Carlos Rodrigues Brandão ~ O que é Folclore?}

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Frase da semana

"Eu sei que devemos lidar com um problema de cada vez! A questão é que eles não chegam um de cada vez, né?"

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Músicas que surgem de madrugada

Ei! Al Capone
Vê se te emenda
Já sabem do teu furo, nego
No imposto de renda
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim desta maneira, nego
Chicago não aguenta...

Ei! Julio Cesar
Vê se não vai ao senado
Já sabem do teu plano
Para controlar o Estado
Ei! Lampião
Dá no pé, desapareça
Pois eles vão à feira
Exibir tua cabeça...

Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta
-Cuidado aê Al Capone!...

Ei! Al Capone
Vê se te emenda
Já sabem do teu furo
Meu nego!
No imposto de renda...
Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta...

Ei! Jimi Hendrix
Abandona o palco agora
Faça como fez Sinatra
Compre um carro e vá embora
Ei! Jesus Cristo
O melhor que você faz
Deixar o Pai de lado
E foge prá morrer em paz...

Ei! Al Capone
Vê se te orienta
Assim dessa maneira, nego
Chicago não aguenta...

Eu sou astrólogo!
Eu sou astrólogo!
Vocês precisam acreditar em mim
Eu sou astrólogo!
Eu sou astrólogo!
E conheço História
Do princípio ao fim!...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

dominiopublico

.gov.br.

Alguém pode me explicar por que ninguém usa???

Acesse, pelamordedeus!
http://www.dominiopublico.gov.br

Pinturas, fotografias, vídeos, músicas, livros inteeeiros. Tudo de graça, pra eu e pra você.

Cortesia do governo federal u.ú

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Sequência


{Pink Spider ~ hide}


{Forever Love ~ X-Japan [hide's funeral]}


{Pink Spider ~ X-Japan [hide Memorial Summit 2008]}

Coisa mais linda da tia!


*morre de paixão*

P/ Henri, review do show do TOSHI

(com todas as abreviações e erros de português - a preguiça me condena)

Tinha pouca gente. Tinha uma maioria usando fantasias bizarras, que incluiam cabelos tingidos até a morte, muitas coisas listradas/xadrez/pretas/coloridas em tons berrantes, bichinhos de pelucia, cabelos arrepiados, fatiados e picotados e, em alguns casos, sapatinhos boneca de lacinho e salto alto (!!!) e laços cor-de-rosa na cabeça. Mas havia gente vestida normal (ou simplesmente cosplayada de baleia - meu caso).

Chegamos lá, fizemos fila, houve todas aquelas maluquices nerds e otakus q vc vê no evento de anime mais próximo, o show começou duas horas e meia depois do programado, não lotou (já mencionei que tinha pouca gente?), tava fácil ficar lá na frente. Quando o pé de todo mundo já tava doendo, o Toshi veio, cantou umas musicas solo boas dele... e umas bregas tb.

Não teve X-Japan. Ele cantou a 20th Century Boy, q ele cantava na época do X, mas essa música não é do X, é cover de uma banda dos anos 80 chamada T-Rex. Na verdade, Placebo tb ja fez cover dessa musica, embora eles não tenham sido cara-de-pau o suficiente pra cantá-la nos shows q fizeram no Brasil... bem, o Toshi foi. Peroba nele!

Uma coisa bacana do show foi que ele cantou Earth in the Dark, a principal música dele, em português. Também disse várias palavrinhas soltas em português, aquela macacada que todo artista internacional simpático faz pros fãs brasileiros, né? Mas me emocionou mesmo assim. O legal da coisa da Earth in the Dark, é q ele fez a música em japonês, mas depois ela ganhou versão em inglês, coreano (qdo ele fez show na Coréia) e espanhol (que ele cantou no Chile nesse último sábado). Foi bacana ele fazer em português tb. Acabei ficando com os zoim cheio d'água nessa hora.

(Li pro Thi o meu review e ele achou que faltaram informações, então vou acrescentá-las aqui nesses parêntesis: O Toshi jogava água no público. Tipo, ele virava as garrafinhas de água mineral. O Thi se amarrou, ficou todo ensopado - eu cobria a cabeça @@". Ele ria muito qdo fazia isso, acho que tava se divertindo horrores. Os caras que tavam tocando com ele eram os membros de uma banda chamada Charlotte. Eles são simpáticos e tavam surpreendentemente bem vestidos pro show do Toshi - normalmente eles vestem umas roupinhas coloridas de coxa de fora, pra combinar com as musiquinhas meia-boca que normalmente cantam. Eles aprenderam muitas palavrinhas em português e brincaram com o público. O mais simpático era um dos caras da guitarra, o Touya. Ele dava sorrisos fofinhos. A galera chamou muito por X-Japan, fazendo X com os braços e gritando "We are X!". Acho que o Toshi não curtiu muito, porque ficou gritando "We are T-Earth!" e fez o público repetir. Também jogaram uma camiseta do X no palco, ele pegou, viu o que era, deu um beijo e jogou de volta. Mas ele ficou feliz quando todos cantaram "happy birthday to you", pq o aniversário dele tinha sido na antevéspera. Ele tb se enrolou na bandeira do Brasil, o que foi bem simpático. Antes do show começar, todos os fãs da fila assinaram numa bandeira do Brasil alterada pra ter o logo do X-Japan no lugar da bola azul. Essa bandeira foi jogada no palco tb, mas ele ficou com ela, enrolou no corpo e tal. Foi carinhoso.)

Cedo demais o show acabou, e então a gente teve a oportunidade de gastar uns 50 a 70 reais nos CDs dele, pq quem tivesse CD podia subir lá pra saletinha onde um monte de staffs xiitas te conduziam a uma situação em que o Toshi assinava o encarte do seu CD, vc tinha uma chance de dizer qualquer palavra em japonês ou inglês que surgisse na sua cabeça e, talvez, receber um sorrisinho, uma palavra em resposta ou um aperto de mão. Tudo muito rápido, porque os staffs malvados ficavam bafejando na sua nuca.

Isso me deu uma saudade danada do Anime Friends, quando eu fui na tarde de autógrafos dos cantores das músicas dos Cavaleiros do Zodíaco. Eu super troquei idéia em inglês com um deles, e ganhei de um outro um beijo na bochecha. Bons tempos.

Mas tudo bem, vai. Apertei a mão do Toshi por um segundo e meio, e acho que ele ouviu o "arigatou, Toshi-san" que eu balbuciei na hora. Ah, e qdo ele me entregou o encarte do CD, meteu o polegar em cima da tinta fresca, então tenho uma amostra da digital dele! \o/ (fã se contenta com pouco, né?)

Mas é isso ^^

Sampa


Esse fim de semana fui a São Paulo pra fazer três coisas: ver minhas amigas, assistir à peça "Caderno da Morte" e - fator motivador da viagem - assistir ao show do TOSHI!

Ver as amigas foi incompleto porque, apesar de ter passado o findi todinho com a minha Nana e ter visto a Ana boa parte do sábado, a Bia e a Sill não puderam ir, e fizeram muita falta!

Com a peça de teatro tive mais sorte, porque "Caderno da Morte" superou todas as minhas expectativas. Imagine só, uma peça de menos de duas horas, gratuita, em um teatro pequenininho no Sesi, encenada por um grupo relativamente pequeno de atores tendo sua história inspirada em um dos animes mais complexos e interessantes que eu já vi, o Death Note... bom, há de concordar que tinha muito o que dar errado.

Mas foi maravilhosa. Os atores eram perfeitos fodas de Deus (destaque para o L e o Ryuuk), e conseguiam com pouquíssimos recursos criar um clima perfeito pra história. E a história foi muito bem contada, de forma leve, com momentos tensos, engraçados, emocionantes... enfim, foi bom demais! Aconselho a todos que vejam, se puderem. Vai ficar em cartaz até 23 de Novembro.

O show também superou expectativas.

Vou confessar que não gostei muito das músicas do T-Earth, nem sou lá muito fã do TOSHI porque sou uma daquelas inconformadas com aquela história dele se converter à tal da Healing Music e largar o X. Na verdade, ouvindo o album, gostei muito mesmo de uma música, achei mais duas legais e as outras ficaram numa escala entre "medíocre" e "não gostei". Mesmo assim tava animada pro show porque desertor ou não o TOSHI é o TOSHI e isso não pode ser desprezado. E também, a (des)organização do show prometeu música do X.

Escrevi uma review mais completa a pedido da Henri e postei lá no forum, e tô pensando em fazer um x-post da review aqui no brógui, só pra simplificar. Então nem vou me alongar muito. Basta dizer que acabei muito mais empolgada com o show conforme ele foi se aproximando, e no próprio dia inclusive todas as músicas pareceram bem mais legais do que antes. E então, quando o TOSHI subiu ao palco, acabaram-se todas as nossas diferenças e eu berrei por ele de todo coração.

Em suma, o show foi foda!

Mais detalhes no próximo post, contendo a tal review. =P

domingo, 5 de outubro de 2008

Plantão Areia-Movediça


Aqui no Vale das Tarefas Intermináveis houve recentemente uma tempestade de trabalhos, que derrubaram minha sanidade mental, alagaram meus pensamentos e destruíram toda e qualquer possibilidade de relaxamento e diversão.

A previsão para esta semana é de que a chuva de trabalhos continue, e ouçam bem: respirar está fora de questão! No estúdio, a lista de tarefas não pára de crescer. O repórter especial Caderno Atarefado tem um boletim completo:

- Aqui nas Vias Trabalhosas as coisas não estão fáceis! Surgiu uma página com uma lista de tarefas imensa. De vez em quando, o Sr. Lápis 6B consegue cortar um dos itens, mas para cada um cortado, surgem aproximadamente mais dois. O fim de semana foi complicado, com muitos trabalhos manuais, desenhos e trabalhos escritos sendo concluídos, mas a lista sempre parece crescer. Mas baseado nas experiências dos outros anos, a perspectiva é de que piore até Novembro.

Obrigada, Caderno. A questão é que está tudo uma loucura, a cidade está em estado de calamidade. Por causa das eleições para prefeito de hoje, Lalinha perdeu um dia inteiro de trabalho, atrasando ainda mais o trabalho do Sr. Lápis 6B. A tendência é que alguns prazos se percam.

Nesse meio-tempo, vários departamentos decretaram estado de calamidade privada. A Congregação dos Articulados está muito atrasada, todos os amigos estão deixando mensagens do tipo "você sumiu!" e os projetos pessoais estão todos em pause. Isso se torna especialmente complicado com o episódio novo de Dexter que sai ainda hoje para baixar na internet, e a instalação do novo pacote de expansão do The Sims 2, o Vida de Apartamento.

A tendência é que Lalinha surte até o fim de semana quando, enfim, ela terá uma chance de descansar um pouco e assistir ao show do Toshi, vocalista da banda de J-rock X Japan.

Aguardem para novos boletins aqui no Plantão Areia-Movediça, direto da mente conturbada de Lalinha. Boa noite.

PS (malcriado sim, e daí?): A foto é do hide. E ela está nesse post porque eu gosto do hide. Se gostou, muito bem. Se não gostou, pílulas! E tenho dito u.ú